Para inspirar a realização de trabalhos colaborativos, uma série com 13 e-books conta as histórias de Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs) brasileiros. A quinta publicação traz a trajetória do primeiro ADE implantado no Sul do Brasil, o ADE Granfpolis, formado pelos 22 municípios da região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina: Águas Mornas, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Canelinha, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Palhoça, Paulo Lopes, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São João Batista, São José, São Pedro de Alcântara e Tijucas. O trabalho de resgate dos detalhes da implantação, do crescimento e dos planos para o futuro de cada uma das iniciativas está sendo conduzido pelo Instituto Positivo, incentivador do Regime de Colaboração – mecanismo que busca fortalecer a gestão municipal para uma educação com mais qualidade, equidade e inclusão.
Em 2015, o Instituto Positivo apresentou o modelo de trabalho colaborativo aos secretários municipais de educação, às equipes pedagógicas e aos prefeitos dos 22 municípios da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis. Mesmo com a cultura de colaboração e a predisposição para o trabalho cooperativo entre os municípios, foram necessários vários encontros para levar a proposta às secretarias de Educação da região. Por fim, o ADE Granfpolis foi consolidado por meio de um termo de parceria entre o Instituto Positivo e a Associação Granfpolis, com a anuência dos prefeitos e secretários de Educação. A cada troca na gestão municipal, prefeitos e secretários da pasta assinam um Termo de Compromisso que formaliza a adesão ao grupo e ao trabalho colaborativo, como forma de garantir a sustentabilidade da iniciativa
O papel do Instituto Positivo é atuar como facilitador e mentor técnico do Arranjo, ao lado das lideranças dos municípios e da assessoria de assuntos educacionais da Associação Granfpolis. Todas as decisões são tomadas coletivamente e os líderes têm papel de mobilização, articulação, coordenação e representação do ADE.
Para definição das metas a serem trabalhadas foi realizado o diagnóstico com estudo populacional, social, econômico e educacional da região. Foram estabelecidas quatro metas: compreender a não aprendizagem dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática; implementar 1/3 de hora atividade para 100% dos professores que atuam na região do ADE; reduzir a média geral de distorção idade-série de 12,3% para 8%; e desenvolver um programa de avaliação institucional que permita diagnosticar a organização e o funcionamento dos sistemas municipais de educação.
A partir daí, já em 2016, iniciaram os projetos e ações. Destaque para as soluções educacionais, em parceria com o Instituto Ayrton Senna; Projeto Gestores Escolares em Movimento (GEM); Projeto Vamos fazer essa conta juntos?; Espaço de Boas Práticas; BI do ADE Granfpolis; Campanha de sensibilização dos pais durante a pandemia; Elaboração do Guia de Orientação Desenvolvimento de Estratégias de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em tempos e para além da pandemia de covid – 19; Jornada de Professores; Projeto Colaboração Ativa; Projeto Liderar e Oficinas de desenvolvimento de lideranças.
Entre as grandes conquistas do território ao longo desses quase sete anos, estão a redução de 13,7% na distorção idade-série, nos anos iniciais, e o constante crescimento do Ideb, que passou de 6,22 para 6,34, em média. O trabalho colaborativo contribui para esses dados, pois possibilitou a troca de experiências e a realização de ações em conjunto, já que muitas delas não seriam possíveis de serem realizadas, especialmente pelos municípios de pequeno porte.
Hoje, com a inclusão dos técnicos das secretarias nos trabalhos do ADE, criou-se uma importante rede de trocas, o que fortalece cada vez mais o Arranjo e garante sua sustentabilidade. Apesar de todas as dificuldades comuns enfrentadas pelo ensino público, como as fragilidades de estrutura física das redes, déficit de pessoal ou mesmo financeiro, é consenso entre todos os membros do ADE Granfpolis que o mecanismo de colaboração impacta positivamente nas políticas educacionais, trazendo para o centro do diálogo, e principalmente das ações, a melhoria da qualidade da Educação por meio de ações que fazem sentido e apresentam resultados positivos.
Cenário
Atualmente, 225 municípios brasileiros trabalham em 13 diferentes Arranjos, alcançando resultados importantes como diminuição da evasão, correção de distorção idade/série escolar, elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), formação continuada e aprimoramento da grade curricular.
“Queremos apresentar o trabalho, os desafios e as conquistas dos municípios que atuam em Regime de Colaboração por meio do ADE. Esses e-books podem servir de inspiração para outras regiões implantarem o Arranjo e avançar na qualidade da educação nos municípios envolvidos. Temos histórias de sucesso para mostrar e é isso que faremos”, explica a coordenadora de Produção e Disseminação de Conhecimento e Comunicação no Instituto Positivo, Maria Paula Mansur Mäder.
O e-book ADE Granfpolis está disponível no site institutopositivo.org.br/download/ade-granfpolis/. Os e-books vêm sendo lançados seguindo a ordem cronológica de implantação dos Arranjos. Já foram publicados os que falam sobre o ADE Chapada Diamantina e Regiões, Noroeste Paulista, dos Guarás e Agreste Litoral Norte, que podem ser acessados no site do Instituto Positivo. A próxima publicação será do ADE GE5, no Piauí.
Instituto Positivo
O Instituto Positivo (IP) foi criado em 2012 para fazer a gestão do investimento social de todo o Grupo Positivo em favor da comunidade. A missão do Instituto Positivo é contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Pública do Brasil por meio do incentivo ao Regime de Colaboração. Para tornar isso possível, o IP incentiva e apoia a implantação de Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADE) em todo o país, desenvolve pesquisas e publicações sobre o tema e participa de discussões em instâncias como MEC, CNE, Senado e Câmara de Deputados a fim de contribuir em propostas de lei e resoluções que favoreçam esse modelo de Regime de Colaboração. O Instituto também é responsável pela gestão do Centro de Educação Infantil Maria Amélia, em Curitiba, que atende gratuitamente cerca de 100 crianças em situação de vulnerabilidade social. Para ter mais informações, acesse o site do Instituto Positivo: instituto.positivo.com.br.