Amanda Ághata Costa – Escritora
Nunca gostei muito de ter que lidar com os riscos. Com a possibilidade de alguma coisa que eu queira muito dar errado, quando eu torci tanto para que desse certo. Esse tipo de pensamento idiota que muitas vezes me fez dar passos em falso para trás, quando podia ter dado várias a frente e alcançado o que podia ser meu e não foi assim por pura estupidez. Isso, estupidez mesmo, porque ter medo de agir e perder tanto por conta disso, é um ato muito estúpido.
Mas tá aí, fui estúpida e com certeza aprendi a lição; embora hoje em dia ainda custe a engrenar e fluir através do otimismo em vez do medo insano do risco. Essa é a maior diferença entre ser sempre medroso ou apenas ter um pouco de medo; uma te faz ser cauteloso, enquanto a outra te faz ser o simples estúpido. Tudo bem nem sempre estar seguro sobre suas próximas investidas, próximos passos, próximos “tudo o que tiver pra vir” eque te deixam assustado. É que viver dá medo mesmo, mas não viver dá mais medo ainda, e geralmente vem com vários tipos de arrependimento os quais ninguém quer ter que carregar no bagageiro.
Viver o risco faz parte do processo de estar acordado, levantando cedo da cama, abrindo a janela e encarando todo o mundo que tem lá fora esperando por apenas um passo seu. O mundo não precisa de pessoas medrosas e retraídas, que contam os sonhos nos dedos e não no peito. É preciso ter coragem pra saber que ter um pouco de medo te faz calcular os passos, mas não reduzi-los de modo que não sejam dados.
Ter medo do risco te impulsiona, porque te faz ter a certeza de que quando agir, não será em vão; e aí o mundo te sorri de volta, embora nem sempre dê tudo certo, mas ainda assim orgulhoso por te ver sendo maior do que seus medos te disseram um dia que iria ser.