Amanda Ághata Costa – Escritora
Acho que estamos tão acostumados a andar com as próprias pernas, que às vezes esquecemos de onde viemos, inclusive, de como fomos gerados. Por alguns momentos esquecemos que já fomos segurados pelos dedos para que aprendêssemos a dar os primeiros passos. Que havia uma mulher na nossa frente, a quem futuramente chamaríamos de mãe, que seria o colo que nos seguraria firme nos tombos que naturalmente viriam em seguida.
Todo mundo cai na vida, cedo ou tarde.
E mãe que é mãe sempre está ali, à nossa volta, querendo evitar o sofrimento que muitas vezes é inevitável. É bem provável que ela até pegaria as dores do filho para ela, só pra evitar vê-lo sofrer. O pior de tudo é que nem sempre enxergamos isso; nem sempre vimos tudo o que ela sempre faz para nos agradar, só para ver a nossa felicidade.
É tão normal ver a vida corrida passando diante dos nossos olhos, que não percebemos que um segundo bem vivido ao lado dela já bastaria pra que ela sorrisse um pouco mais. Porque ser mãe talvez não pareça, mas é um vínculo que começa literalmente por um cordão que não se rompe depois que o filho surge com um grito para o mundo. Talvez seja mais fácil para o filho criar asas e achar que está pronto para voar, do que para a mãe admitir que o filho uma hora vai sair do ninho e irá para longe dela.
A maternidade não começa quando o filho diz suas primeiras palavras, ou quando chama pela mãe na esquina, e sim no exato segundo em que dois corações passam a bater em um corpo que até então só batia um.É um tipo de missão que começa e nunca termina, pois apesar de mãe nenhuma ser eterna, ela deixa o seu legado através do fruto que gerou. E essa história que começa com apenas um volume, se multiplica e se transforma em inúmeros outros. Uma série de vida que transborda amor desde o ventre.