Na manhã de quinta-feira, 17, um grupo de professores se reuniu na sede da Prefeitura de Canelinha para exigir que o valor da rescisão de contrato fosse corrigido.
A situação de revolta foi acompanhada por uma guarnição da Polícia Militar. Segundo os professores, foram feitos alguns descontos na folha salarial, gerando o descontentamento.
Os policiais intermediaram a conversa entre os professores e a responsável pelo Recursos Humanos da prefeitura.
A servidora afirmou que apenas recebeu uma ordem de fazer a rescisão contratual com alguns professores do município. Entretanto, a ordem veio da Secretaria de Educação, e continha alguns descontos na folha salarial, o que não foi aceito pelos professores.
Por só estar cumprindo ordens, a funcionária orientou às professoras a procurarem a Secretaria de Educação ou por meio judicial para reaver a situação.
O jornal Correio Catarinense conversou com uma professora que explicou que a situação já vem se estendendo há alguns dias.
“Tudo começou quando fomos chamadas para assinar a rescisão e nos deparamos com um desconto muito alto na folha. Ao questionar a moça do RH, nos disse que enviaram para ela uma lista contendo os nomes das pessoas que deveria ser descontado”, conta uma professora, que preferiu não se identificar.
Segundo a professora, o desconto seria de férias. “Porém, ninguém nos avisou que estávamos de férias, até porque quando se recebe férias somos comunicadas e assinamos um documento, o que não houve”, diz.
O desconto ocorreu na folha de pagamento de professoras de creche e professores de educação física do pré-escolar. As monitoras escolares de creche, que trabalham de forma igual às professoras, não tiveram o desconto, que para algumas professoras, foi de mais de R$ 2 mil.
“Não queremos nada que não seja nosso e não estamos dizendo que as monitoras não merecem ou não deveriam receber. Mas queremos entender do porquê a monitora recebe e a gente não, sendo que trabalhamos no mesmo local e horário e paramos juntas”, questiona.
A professora acrescenta que durante o ano, mesmo em meio à pandemia, as profissionais produziram conteúdo para as crianças para a plataforma digital, participaram de Lives e demais atividades propostas pela secretaria. “Tudo o que nos foi pedido fizemos, não deixamos de trabalhar”, afirma.
Por duas vezes as professoras foram em busca de respostas com a secretária de Educação, mas ela não estava na secretaria naqueles momentos.
Elas foram então orientadas a irem no jurídico da prefeitura, o qual também não soube explicar e as mandou irem atrás de seus direitos, pois não tinha como voltar atrás. “Procuramos um advogado que nos disse que foi um desconto indevido”, afirma a professora.
A reportagem tentou contato com o secretário de Administração, Édio Carlos Pereira, o Edinho, para que pudesse também esclarecer a situação. Mas, não conseguiu respostas.
Situação semelhante
No início de junho deste ano, o município de Canelinha já havia se envolvido em um polêmica com os professores.
Naquela ocasião, 27 ACTs tiveram o contrato rescindido, e o critério para a escolha dos nomes das profissionais gerou revolta, por serem residentes de outros municípios.
“Na época a secretária fez um vídeo falando que nós éramos barraqueiras e que não chamamos ela para conversar. Agora procuramos e nada, nenhuma resposta”, lamenta a professora.
Ela conta ainda que a orientadora da educação infantil também foi chamada para conversar e se disse surpresa e sem saber responder.