Aos 28 anos de idade, a neotrentina Maiara Eloize Leite lançou, no início de agosto, o primeiro livro de sua autoria. “Quando a vida muda de cor” possui 92 páginas de muita reflexão, amor e sentimentos.
Inspirada na história de vida da irmã Indiamara Leite, a Mara, que morreu aos 31 anos, a obra trata de temas ligados à morte, dos sentimentos de quando se perde alguém, da experiência da autora ao perder a irmã e da força que tenta passar diante do que viveu.
A precoce partida de Mara ocorreu quatro meses após o nascimento da primeira filha, a pequena Yasmin, que é também afilhada de Maiara. “Minha irmã descobriu um tumor benigno no lado esquerdo do cérebro, logo após ganhar a Yasmin, em setembro de 2018. Ela fez a cirurgia, e até então foi um sucesso. O problema foi a infecção que ela pegou acompanhada de meningite, e por último, um fungo mortal e muito resistente, resultando em morte cerebral”, relata Maiara.
A morte de Mara chocou toda a cidade, que declarou luto, fechando todos os comércios. Um momento difícil e de dor.
“Ela era uma pessoa admirável por todos. Por isso, é um livro muito emocionante, fala da verdade, mas de uma forma que dá o acalento necessário diante de uma perda tão dolorida”, explica a autora.
Maiara ressalta que a mensagem que tenta passar no livro é, sem dúvidas, o amor. “Amor à vida, a cada minuto que estamos aqui e, sobretudo, a Deus, que apesar de todas as circunstâncias, Ele só faz o melhor a todo momento”, destaca.
Escrito à mão
Maiara revela um detalhe muito especial, o qual se orgulha muito. As 92 páginas do “Quando a vida muda de cor” foram escritas em folhas de caderno. “Comecei a escrever no dia 17 de dezembro de 2019 e em 9 de janeiro de 2020 foi o dia que levei para a editora. Ou seja, levei menos de um mês para escrever o livro”, conta.
O caderno ainda está guardado e é uma lembrança que a autora pretende levar para toda a vida.
Apaixonada pela escrita, Maiara afirma que sempre teve facilidade com as palavras, mas foi a perda da irmã que aflorou o desejo de escrever um livro. A intenção da autora, agora, é escrever mais daqui a um tempo para retratar outros temas, mas sempre abordar o segmento da vida.
Lançamento restrito
Apesar da pandemia do coronavírus trazer diversas restrições, a autora conseguiu fazer um lançamento presencial de maneira organizada e segura. “Foi um dia incrível, mágico, perfeito”, afirma.
O evento ocorreu em 8 de agosto, num sábado, durante todo o dia. Os 300 exemplares foram todos vendidos, para a surpresa e alegria de Maiara. Ela conta que muitas pessoas já haviam reservado o livro antes do lançamento, por isso, foi algo bem restrito.
Para retirar os exemplares no dia do evento, entravam duas pessoas por vez, sendo que uma amiga de Maiara, que é enfermeira, ficou na porta, controlando a entrada. Foi disponibilizado álcool na entrada e dentro do local, e funcionou como uma espécie de “retirada de livro”. “As pessoas se dirigiam até o Leandro, meu noivo, que cobrava o livro, e em seguida, ao lado, eu dava a dedicatória”.
Por fim, sem a possibilidade de realizar um coquetel para os presentes, Maiara presenteou as pessoas com uma caixa com doces.
Uma nova remessa de exemplares já chegaram para a autora. O livro pode ser adquirido diretamente com Maiara, pelo valor de R$ 35. “Recebo inúmeras mensagens das pessoas que já garantiram seus livros, e falam do quanto estão vendo a vida de outra forma, vivendo positivamente, dando mais valor a muitas coisas”, comenta.