Carlos Augusto Gatis (2º ano E.M.)
Um morador de Arataca, chamado Policarpo, desde quando veio morar nessa localidade, trabalhou no ramo da mandioca e da farinha, o que hoje em dia é tradição. Sempre exerceu funções na roça e nos engenhos. Como de costume, Policarpo teve os seis filhos desde pequenos trabalhando ao seu lado. Um deles trabalhava com a colheita da mandioca junto de Policarpo, e os outros no engenho fazendo a farinha e, depois, vender para a comunidade e aos mercados.
Policarpo gostava de trabalhar na agricultura, mas aos poucos os filhos foram crescendo e indo exercer outras atividades longe dele. Três permaneceram ao lado do pai com o serviço agrícola.
Quando todos os seis filhos haviam completados 20 anos de idade, o pai dividiu as terras entre eles, porém, Policarpo possuía oito lotes de terra, contando que um era onde estava construída a casa que morava com a esposa.
Um dos outros sete terrenos ficaram para que os próprios filhos decidissem sobre a posse. Até a morte de Policarpo, nenhum deles se importou com o assunto, mas durante o funeral, o terreno virou assunto. Quatro dos filhos acabaram deixando para que os demais irmãos tomassem uma decisão sobre a posse. Os dois interessados combinaram que seria melhor cada um ficar um ano com o terreno para o plantio, de maneira que parecesse mais justo.
Eleazar, que era o mais velho dos dois, começou com o plantio de mandioca, mas uma praga acabou com uma grande parte da sua roça, gerando assim, um agravo familiar. O conflito entre os irmãos fez com que a família fosse se separando. O assunto rendeu, e se falava que aquilo não passava de uma briga causada por um ‘mau-olhado’, como se a inveja sobre o sucesso dos irmãos com a roça tivesse afetado a colheita daquele ano.
Do que se tem certeza, é que pragas agrícolas diminuem a produtividade na lavoura e que ‘mau-olhado’ é uma crença folclórica muito antiga, mas que pode ser observada nos dias atuais, principalmente quando o assunto é a cobiça.