Cristiéle Borgonovo
Na quinta-feira, 25 de julho, comemorou-se o Dia do Colono e do Agricultor. A data que celebra a resiliência, o trabalho árduo e a dedicação daqueles que cultivam a terra e alimentam o país. Manoel Pedro Garcia, 79 anos, morador do distrito de Tigipió, em São João Batista, e a família fazem parte dessa história de amor pela terra, cultivo e tradição na agricultura.
Ele recorda com orgulho da vida na roça. Nascido em Santo Amaro da Imperatriz, se mudou ainda criança com os saudosos pais, Pedro Francisco Garcia e Ranildes Ermina dos Santos, para a Capital do Açúcar e do Calçado. Aqui, a família deu continuidade à tradição agrícola que já estava enraizada no sangue de Manoel. “Nós fazíamos uma covinha na terra com a mão e colocava as sementes, usávamos enxada e as colheitas eram demoradas”, relembra ele, sentado na rede no rancho de casa.
A família Garcia cultivava feijão, milho e mandioca. O trabalho começava bem cedo e envolvia todos os membros da família, incluindo os nove filhos. O esforço coletivo e a união eram fundamentais para garantir o sustento de todos.
Manoel se casou com Maurina Fagundes Garcia, hoje com 75 anos, e juntos tiveram cinco filhos: dois homens e três mulheres. Destes, um seguiu os passos do pai e continua na lavoura, com a plantação de fumo e grãos na entressafra. “Hoje em dia, a agricultura mudou muito. Temos máquinas e tecnologias que facilitam o trabalho, mas o espírito de dedicação continua o mesmo”, afirma Manoel.
Ele, agora aposentado confessa que não abandonou de vez a lida no campo. Ainda gosta de acordar cedo, tratar das galinhas, porcos e gado que cria nos arredores de casa. “Um dos meus filhos continua o legado da família, os outros seguiram outros caminhos”, conta.
Sobre a data
O Dia do Colono e o Dia do Agricultor no Brasil são celebrados em 25 de julho, uma data que homenageia os imigrantes europeus, especialmente alemães e italianos, que chegaram ao país no século XIX para trabalhar na agricultura, bem como todos os agricultores que contribuem para o desenvolvimento rural e a produção de alimentos.
A escolha da data está associada à chegada de imigrantes e ao trabalho árduo que desempenharam na colonização agrícola de diversas regiões do Brasil, consolidando a importância da agricultura para a economia e cultura do país.
Imigração Alemã
Na mesma data, no ano de 1824, ou seja, há 200 anos, desembarcaram na Real Feitoria do Linho Cânhamo, atual município de São Leopoldo/RS, 39 imigrantes oriundos dos atuais territórios da Alemanha, Holanda, Suíça e Luxemburgo. Eram imigrantes, sendo 33 evangélicos-luteranos e seis católicos.