Trabalhadores das Agências dos Correios de Tijucas e São João Batista aderiram à greve, iniciada nesta terça-feira, 18, em todo país. A informação foi confirmada pelo gerente sindical do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect/SC), de Brusque, Robson Paladini, que representa também o Vale do Rio Tijucas.
Neste primeiro dia de greve, apenas alguns colaboradores paralisaram, especialmente Carteiros. Mas, no decorrer da semana, os demais funcionários podem aderir à paralisação e as agências poderão ficar fechadas, sem atendimento.
Paladini revela que, em Santa Catarina, a greve já teve um alcance de 65% dos trabalhadores do Correios. Em Brusque, cerca de 90% paralisou, em Itajaí, 85% dos colaboradores também aderiram ao protesto.
“A paralisação é contra a retirada de 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de 2020/2021, que agora a direção da empresa e o governo federal querem tirar e deixar somente nove”, explica o gerente sindical.
Em 2020, com a pandemia, a diretoria dos Correios passou a afirmar que segue as diretrizes do Governo Bolsonaro, para reduzir os efeitos negativos da crise, com isso, apresenta a proposta de cortes no Acordo Coletivo de Trabalho.
Em nota, o Sintect/SC destaca que “no plano de saúde a empresa propôs adequar o texto para deixar de ter a responsabilidade de oferecer o benefício”. O que, para a categoria, é “um grande ataque”, pois na forma do texto, o plano de saúde é considerado benefício. “Mas na vida real, representa uma fatia do orçamento familiar, ou seja, um dinheiro que o trabalhador deixa de gastar”, diz a nota.
“Está sendo retirado direito ao vale-alimentação, vale extra de fim de ano, benefícios para quem tem filhos com deficiência, entre outras cláusulas importantes. Se for calculado, a perda no salário representa 40%”, acrescenta Paladini.
Ele ressalta que as cláusulas são uma conquista de mais de 40 anos de luta por melhores condições de trabalhos. “Não são privilégios, como falaram alguns políticos, mas sim conquistas dentro de um acordo com validade de dois anos, que está sendo quebrado”, diz.
Trabalho na pandemia
Na nota divulgada pelo Sintect/SC traz que a quarentena fez aumentar as entregas com o intenso comércio pela internet. Cerca de 95% dos envios de objetos feitos pelo e-commerce no Brasil são resolvidos pelos Correios.
São centenas de contratos oferecidos tanto para as empresas físicas como para lojas virtuais. “Essa situação, ainda que na contramão da crise, tem reforçado o orçamento da estatal, e demonstra que atualmente, os Carteiros não entregam apenas cartas”, diz o sindicato.
Volta indeterminada
Paladini avisa que a paralisação é por tempo indeterminado. Entretanto, na sexta-feira, 21, será feita uma avaliação da greve, que é a data que encerra o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado na sexta-feira, 14, onde determinará a manutenção ou não da liminar concedida à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), derrubando a cláusula de vigência do Acordo Coletivo por dois anos.
“Se for uma decisão a favor dos trabalhadores, nós encerramos no mesmo momento a greve. Caso contrário, seguiremos com a paralisação”, informa.