Stefania Gandin Marchi – Espírita
Um dos princípios básicos da doutrina espírita é a comunicação com os espíritos. Mas como se dá essa comunicação, de que forma ela acontece e como compreender se ela é legítima ou não?
A comunicação com os espíritos, ou seja, com as pessoas que já não tem corpos físicos, acontece por meio da mediunidade. Todos nós temos mediunidade, alguns a tem mais aflorada outros nem tanto, mas todos nós podemos nos comunicar com o mundo invisível. Chamamos de médiuns as pessoas que tem essa capacidade de comunicar-se com o plano espiritual.
Todos nós somos médiuns. Alguns são de maneira ostensiva, mas a maioria é de maneira mais sutil. Justamente por ser sutil, muitos não reconhecem essa mediunidade. Podemos reconhecer a nossa mediunidade a partir do momento em que começamos a estuda-la, compreendê-la e pela vigilância de nossos pensamentos. A leitura recomendada é o “Livro dos Mediuns” que é uma das obras básicas da doutrina espírita.
Nesta obra, Allan Kardec, descreve todas as formas de mediunidade e a forma como elas podem acontecer. Também aponta os cuidados necessários, os critérios que devemos tomar e nos orienta sobre como reconhecer a natureza das comunicações.
Uma das formas sutis de que os espíritos interferem em nossas vidas é por meio da intuição. Aquilo que chamamos de sexto sentido, que nos faz ficar atentos em certas situações. Assim como quanto oramos pedindo uma ajuda e temos uma idéia de como proceder. Em ambas situações citadas consideramos que são fruto de nossa inteligência, mas não, pode ser a intervenção do plano espiritual em nossas vidas. Nem sempre é necessário que saibamos se foi ou não intervenção dos espíritos, devemos ter em conta o nosso livre arbitreo e que nós e somente nós somos responsáveis pelos nossos atos.
Importante lembrar que aquele que partiu não se tornou especial somente por ter passado por outro plano. E que lá ele também segue a sua jornada, portanto não devemos ficar chamando ou pedindo ajuda deste ou daquele parente ou amigo. Devemos orar à Deus, que se houver merecimento e condições, que possamos ter este contato. Lembremos sempre da frase celebre de Chico Xavier: “o telefone só toca de lá para cá”.
Desta forma, mesmo com todo conhecimento e todo amor, nem sempre conseguimos nos comunicar de forma ostensiva com quem partiu. Tudo depende de uma serie de fatores, entre eles, merecimento e claro, dependendo da forma como a pessoa desencarnou, ou seja morreu, ela pode levar mais ou menos tempo para se recuperar em outro plano, para poder estabelecer algum tipo de comunicação.
Mas essa comunicação é possível. Assim como as boas energias de uma oração chegam até quem partiu, as orações do lado de lá também nos chegam. É uma troca de energia que não deixa de ser uma forma de comunicação. Laços de amor nunca se rompem e sempre continuam em comunicação, da forma que lhe é possível. Falaremos mais sobre as comunicações dos espíritos em outros artigos.