Para manter a conexão entre as madrinhas, padrinhos e alunos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de São João Batista, realizou um evento diferente neste ano.
Devido à pandemia, a tradicional festa de encerramento, realizada em até três dias, com apresentações e troca de presentes, não foi possível acontecer.
Mas, ainda assim, a direção da escola, juntamente com professores e funcionários, teve a ideia de realizar o Natal Drive Thru da Apae.
Na semana passada, na quarta, 9, e quinta-feira, 10, ocorreu o evento, em frente ao ginásio da Apae.
De maneira organizada e seguindo as restrições impostas pela Vigilância Sanitária, a entidade preparou uma entrada para os veículos das famílias, e um espaço com cadeiras distanciadas para as madrinhas e padrinhos aguardarem a chegada dos afilhados.
“Foi um momento muito emocionante. Mesmo que não ocorreu aquele contato físico, com abraço e beijo, as crianças e adultos se sentiram acolhidos, assim como os padrinhos e madrinhas também”, diz a diretora Kamily Peixer Gatis.
Quando o estudante chegava no carro com a família, passava pela entrada preparada especialmente para o Drive Thru. A madrinha ou padrinho fazia a entrega do presente, e o Papai Noel, que também estava presente, entregava balas e mais uma lembrança.
Assim que era feito a entrega do presente, o aluno se despedia e ia embora, assim como aquele padrinho e madrinha, para não gerar aglomerações.
Entrega em casa
Neste ano, o evento contou com 87 madrinhas e padrinhos, que foram divididos em turmas durante os dois dias.
No formato Drive Thru, 56 alunos receberam os presentes em frente à entidade. Outros 31, que não puderam participar por não possuírem carros ou são do grupo de risco, receberam os presentes em casa, pelas mãos dos professores e funcionários, após a entrega pelos padrinhos na Apae.
Dos 90 alunos atendidos pela entidade, apenas três não quiseram participar do evento em nenhuma modalidade.
Orgulho de ser madrinha
Ansiosa, Tatiani Sartoti, 34 anos, aguardava pela afilhada Lívia, de apenas um ano. Este foi o segundo ano como madrinha da Apae. “Já tinha escutado comentários sobre esse projeto, então entrei em contato e fiquei numa lista de espera, até que, no ano passado, me chamaram”, conta.
Para ela, ser madrinha é motivo de muito orgulho, ainda mais sendo de uma criança especial. “É algo que quero fazer pelo resto da vida. Foi difícil conseguir a vaga, então não quero mais parar”, afirma.
A madrinha Jordane Maria Martins Leal, 44, participou pela terceira vez da entrega do presente para um afilhado.
Neste ano, a pequena Yasmim Hammes, de três anos, foi a afilhada dela. “No primeiro ano que participei foi uma experiência incrível. Foi um momento que pude avaliar mais o sentido de ser mãe”, comenta.
Jordane ressalta que a oportunidade de ser uma madrinha também faz com que se aproxime mais da instituição. “Antes eu ouvia falar da Apae, mas não conhecia de fato os trabalhos deles. Hoje em dia eu venho visitar mais vezes até, porque é um lugar de uma energia muito boa”, diz.
Para ela, ser madrinha é uma benção. “Neste ano, vivemos uma experiência nova, sou uma pessoa que gosta de abraçar, beijar, apertar, e acabou sendo um pouco diferente, mas sem deixar de ter a mesma emoção”.
Há 12 anos, Aline da Silva, 36, é uma das madrinhas da Apae. Desde que foi convidada, não deixou de participar sequer um ano. “Sempre quis ser, mas sempre foi muito disputado. Quando consegui, não quis mais largar. É um momento muito emocionante e único. É algo que todo mundo deveria sentir e vivenciar”, garante.
Ela ressalta que, depois de se tornar mãe de uma criança sem deficiência, passou a dar ainda mais importância pelo gesto. “Estar nesse lugar é muito bom. E neste ano, acredito que foi ainda mais especial, por todo empenho dos que prepararam tudo isso e das famílias, de se deslocarem até aqui”.
Poder entregar um pouco de si para o outro também tem um grande significado para Aline. “Eles merecem toda essa dedicação, indiferente de retribuírem com apresentações ou não”, destaca.