Cristiéle Borgonovo
Era 26 de fevereiro de 2005 quando um sonho se tornou realidade. Nascia o Correio Catarinense, fruto de coragem, idealismo e amor pela informação regional. De lá para cá, 1000 edições foram impressas, marcando a trajetória de um jornal que aprendeu a resistir às transformações do tempo, preservando o valor da notícia contada com cuidado, ética e humanidade.
Você já parou para pensar no que essas mil edições representam? São milhares de páginas repletas de informação, entretenimento, denúncias, séries especiais, reportagens, afeto e empatia. Cada exemplar carrega o esforço de uma equipe que acredita na força do jornalismo local, no papel social da imprensa e na magia de contar histórias que nascem do cotidiano de São João Batista e do Vale do Rio Tijucas.
Chegar à casa dos quatro dígitos é um feito histórico. Não há registros de outro jornal impresso regional que tenha alcançado tamanho marco. O Correio Catarinense faz parte da história da cidade e da região, acompanhando gerações que cresceram folheando suas páginas, sentindo o cheiro característico da tinta fresca, o toque áspero do papel e a emoção de ver a notícia materializada diante dos olhos.
Em um mundo cada vez mais digital, o impresso mantém algo que nenhuma tela consegue reproduzir: a experiência sensorial da leitura física. O olhar que percorre as colunas, o toque que vira a página, o perfume leve do papel recém-saído da gráfica. Cada edição carrega a alma de quem escreve e a curiosidade de quem lê. É um encontro entre sentidos e memória — uma pausa necessária em meio à velocidade dos cliques e rolagens infinitas.
Ao longo dessas duas décadas, o Correio Catarinense registrou alegrias e tristezas, conquistas e perdas, tragédias e renascimentos. Contou histórias de superação, solidariedade e trabalho; narrou o crescimento da indústria calçadista, o desenvolvimento econômico e as transformações urbanas. Esteve presente em seis eleições municipais, cinco estaduais e seis Copas do Mundo, sempre com o compromisso de informar com responsabilidade e imparcialidade.
O jornal também foi protagonista em momentos decisivos. Reportagens investigativas contribuíram para a abertura de processos e apurações em administrações públicas, sempre com base em documentos e provas concretas. Essa credibilidade foi construída ao longo dos anos, sustentada pela independência editorial e pelo respeito ao leitor. Talvez esteja aí parte do segredo da longevidade: trabalho árduo, perseverança e fidelidade à verdade.
Outro pilar dessa caminhada é a valorização dos profissionais. A grande maioria dos jornalistas que passaram pela redação possui formação acadêmica, o que reforça o compromisso com o jornalismo ético e técnico. A busca pela qualidade editorial consolidou o Correio Catarinense como referência de comunicação no Vale do Rio Tijucas, em uma época em que curtidas e visualizações muitas vezes substituem o conteúdo consistente.
Mas um jornal não se constrói apenas com palavras. Por trás de cada edição existe uma rede de dedicação: o setor comercial, que apresenta aos parceiros as vantagens de anunciar em um veículo confiável; a equipe de criação e diagramação, que harmoniza textos, fotos e anúncios com sensibilidade e técnica; o setor administrativo, que organiza os bastidores e garante o funcionamento diário; e os entregadores, que nas madrugadas de sexta-feira percorrem ruas e avenidas para levar o jornal até as portas das casas, com a mesma pontualidade e orgulho de quem sabe que transporta informação e história.
Em tempos de imediatismo, o impresso resiste. Cada edição é uma celebração à persistência do jornalismo feito com o coração e com as mãos. É um lembrete de que a notícia verdadeira continua tendo valor, que o leitor ainda aprecia o som do papel sendo folheado e o prazer de descobrir algo novo fora das telas.
Mil edições depois, o Correio Catarinense segue firme, fiel à missão que inspirou sua criação: informar, registrar, inspirar e servir à comunidade com ética e paixão. Que venham as próximas mil. Impressas com o mesmo cuidado, o mesmo cheiro de papel e tinta fresca e o mesmo compromisso com a verdade.



