Na noite de quarta-feira, 10 de setembro, o auditório do SENAI de São João Batista foi palco de um momento de celebração e reconhecimento. O Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal – SindiEducar concluiu o curso de aperfeiçoamento “Desenvolvimento Docente: Legislação Educacional e Práticas Pedagógicas”, com a entrega dos certificados a 83 professores e professoras participantes.
A formação, com carga horária de 20 horas divididas em seis encontros, foi construída a partir de negociação entre sindicato e Prefeitura Municipal, homologada judicialmente, e marcou o encerramento de uma pendência aberta após as greves de 2022 e 2023. À época, o município tentou cobrar dos servidores os dias de paralisação, mas o acordo garantiu que não houvesse nenhuma cobrança futura e, ao mesmo tempo, assegurou aos docentes uma formação válida para progressão na carreira.
Na avaliação do presidente do SindiEducar, Deivid Herartt, esse curso representa o fechamento de um ciclo que começou na greve e culmina com uma resposta justa à categoria.
“Essa formação foi construída com muito diálogo e responsabilidade. Encerramos um capítulo da nossa trajetória com uma solução que respeita os professores e ainda promove o que sempre foi uma demanda da classe: formação continuada. O sindicato cumpre, mais uma vez, seu papel com firmeza e coerência”, ressalta.
Conquistas coletivas
Custeada integralmente pelo SindiEducar, a formação vai além do seu significado e de toda carga horária proposta e executada com maestria pelas doutoras em educação Patrícia Soares Venzon e Priscila Ghizoni Lima, com a participação ainda do psicoterapeuta e hipnoterapeuta Eduardo Henrique Lopes e do terapeuta de Reintegração Implícita Bruno Teixeira Paiva, especialista em Neurociência e Neurobiologia. Ela é também o retrato de uma trajetória de resistência que garantiu conquistas fundamentais à educação municipal de São João Batista.
O presidente ressalta que do movimento grevista resultaram avanços concretos, como o reajuste do piso com base no índice federal, a implementação da hora-atividade e a flexibilidade em sua aplicação, possibilitando estudo, planejamento e melhores condições de trabalho para todos os professores e professoras.
“Embora a luta tenha sido conduzida por uma parte da categoria, os frutos se estendem a toda a rede municipal. É nesse ponto que o sindicato cumpre seu propósito de assegurar direitos e melhorias que beneficiam até mesmo aqueles que não participaram diretamente da mobilização. Quanto maior o número de filiados, maior a força da classe e mais conquistas podem ser alcançadas”, enfatiza Deivid.
As professoras Natali Tarcieli Rodrigues Herartt e Giseli Cristina Luduvino Melo avaliam a formação positivamente.
“Foi uma oportunidade de renovar nossos conhecimentos e de não ficar com nenhum débito por conta da greve. Na época, o movimento grevista foi importante, e embora tenhamos passado por muitas dificuldades, valeu a pena. Agora, com este curso, a sensação é de missão cumprida e pronta para seguir em frente nessa área tão essencial que é a educação”, revela Natali.
Já Giseli complementou dizendo que no início a proposta da formação teve um pouco de resistência, já que parecia ser uma punição por conta da greve. “Mas depois, trocando experiências e ouvindo as colegas, percebemos que as coisas ficaram mais leves, porque entendemos que o problema não é só da nossa unidade escolar ou da nossa sala de aula, é de todos. O que buscamos com a greve, na ocasião, e agora com o curso, é a melhoria da educação. Foi uma experiência muito válida. Encerramos um capítulo e saímos de alma lavada”.
Ao final da formação, o presidente do SindiEducar deixou uma mensagem de agradecimento aos professores.
Essa vitória só foi possível graças à união e à confiança dos filiados. Cada professor e professora que acreditou na entidade tem parte neste resultado. Em nome do SindiEducar, agradeço a todos os que contribuem com a manutenção do sindicato e reafirmo que é na coletividade que garantimos respeito, valorização e conquistas para toda a categoria”.