Isabella Pereira – 9º ano
No transcorrer do século XX, desde a década de 1920, no hoje bairro Colônia Nova Itália, havia uma escolinha de ensino primário. A pequena escola, nas terras à margem esquerda do Rio Tijucas, era com classes multisseriadas, um fenômeno educacional muito comum no passado do sistema educacional brasileiro. Nestas classes, estudantes de idades e níveis educacionais diversos eram instruídos por uma mesma professora. Na escolinha da Colônia frequentavam em um período, crianças do 1º e 2º anos, e no outro, crianças do 3º e 4º anos do “ensino primário”.
José Sardo estudou nessa escola, entre 1958 e 1962. Nessa época, o prédio escolar era de madeira, bem simples, com várias fendas entre tábuas que formavam as paredes. Foi um tempo em que no Brasil, pouco se valorizava a Educação, e a distância da região central de Tijucas, a quem pertencia a Colônia, dificultavam as coisas para quem queria apenas ler, escrever e fazer contas. “Saulo” diz que “… quem completava a 4ª série, nesse tempo, era Doutor!”.
As crianças dessa região, junto às famílias, viviam de forma simples, andavam descalças e usavam a mesma roupa durante toda a semana, pois não havia outra opção. Em seu material escolar estava uma caneta de pena, molhada no vidrinho tinteiro, e um único caderno. As famílias numerosas de agricultores enviavam suas crianças, para escolinha, se deslocando, muitas vezes, por longos trajetos, em estradas esburacadas de terra batida, em meio à lama e a poeira. Quando nas épocas das safras, muitos dos pequenos precisavam ajudar suas famílias na roça, o que esvaziava a escolinha.
As professoras Águida Olivia Zunino e Angelina Olivia Zunino estão entre as professoras desse tempo, marcado na memória dos “arteiros” pelo castigo de ajoelhar na areia, mas também por muitas lembranças boas, em meio a uma Educação simples, mas regada por muito amor.