Luiz Alberto Maçaneiro – 2ª Série do Ensino Médio
Há muito tempo atrás, as plantações de fumo na Colônia eram muito comuns e muitas crianças e jovens ajudavam as famílias com a agricultura, que era muito artesanal. Certa vez, dois irmãos, ao fim da tarde, trabalhavam na estufa, selecionando e amarrando as folhas de fumo colhidas naquele dia.
Era noite de lua cheia quando já encerravam o serviço, pensando somente em jantar e descansar, pois no outro dia, o trabalho familiar no campo voltaria a acontecer. Ao saírem da estufa, avistaram no caminho para casa, mais ao longe, um vulto branco na luz do luar. Naquele tempo, histórias de assombração eram contadas com muita frequência, fazendo com que crianças e jovens temessem todo tipo de aparição considerada sobrenatural.
Um dos irmãos, Geraldo, correu de volta para a estufa e buscou uma espingarda. Enquanto isso o outro jovem, José, acompanhava atentamente a aparição por cima da folhagem da plantação. Geraldo, que acabara de voltar, apontou a arma e perguntou quem estava lá, e sem resposta, realizou três disparos e o vulto branco permaneceu parado.
Muito temerosos, José e Geraldo, aguardaram mais um tempo. Quando viram que o vulto não desapareceria de seu caminho, resolveram contornar a direção correndo sem parar. Chegando a casa, o assunto virou tema de debate na mesa de jantar. O pai sugeriu aos garotos que no outro dia perdessem o medo e fossem conferir o que havia realmente naquele lugar onde viram o vulto.
Na manhã seguinte, quando ainda o sereno cobria a plantação de fumo, chegaram novamente, os irmãos para trabalhar. Por curiosidade, foram conferir onde viram o vulto na noite passada, como o pai havia lhes sugerido. No local, nada restava, além de uma folha com buracos de chumbo, formando um rosto assustador.
Haverá aqueles que irão dizer que os irmãos viram mesmo uma alma vagando, outros dirão que foi apenas fruto de suas imaginações sob a luz da lua. E essa vai se tornando mais uma história de antepassados da antiga Colônia.