Hygor Germano – 8° Ano
Nicolau Dionizio Peixer era um conhecido comerciante, tropeiro e criador de cavalos, de Arataca. Esses animais eram indispensáveis aos negócios de Nicolau, pois conduziam suas carroças, no transporte de mercadorias para o comércio. Nesse tempo, onde cavalos e mulas eram muito importantes, são várias as histórias sobre “aparições de vultos e fantasmas de mulheres” nas terras da antiga Colônia.
Pessoas que viveram parte dessa época lembram de acontecimentos, envolvendo aparições muito estranhas, e que muito marcaram aqueles que presenciaram ou ouviram falar. Muito se falava dos “causos” envolvendo cavalos, que durante as noites, ficavam soltos nas propriedades de tropeiros e agricultores, para descansarem. Contava-se que Nicolau, muitas vezes, escutava guinchados e risadas no pasto, em meio à penumbra da noite. O povo na Colônia dizia que esse tipo de ruído era emitido quando, junto aos cavalos, estavam as chamadas encantadas ou feiticeiras. Diziam que elas montavam nos animais e eles relinchavam e corriam com elas nas costas pela pastagem. Nicolau compartilhava dessa crença, pois além de escutar ruídos noturnos, quando chegavam às manhãs, ao ir pegar seus cavalos para tratar nas cocheiras, as crinas estavam todas trançadas e cheias de nós. O homem ficava horas cortando as crinas, para poder desmanchar a “arte” deixada pelas feiticeiras.
Muito tempo depois do falecimento de Nicolau, outras pessoas que conheciam essas histórias, desconfiavam que também sofressem do mesmo mal, como a tormenta sobre cavalos soltos no pasto e escutando gargalhadas de feiticeiras à noite. Fatos como esses já são centenários, e marcam a memória de muitas pessoas da comunidade rural de Arataca, por isso, até os dias atuais, ainda se contam essas histórias.