Maria Beatriz Dalsasso Côrte
Surpreendidos nestes altos, baixos, que a vida nos apresenta, sentimos a fração de segundos que tudo pode se transformar.
Seria o Apocalipse ? Grandes mudanças, nos trazendo tremores, dores, e ainda assim, nos sobra os prazeres da coragem, de juntar os prejuízos, e deixar o ambiente de nossos domicílios mais firmes e fortes.
Esta semana, por nós vivenciada. Onde telhas voaram aos ventos, rompida foram nossas rotinas, e nesta série de fatos, vimos como somos frágeis, de mãos atadas diante desta infinita natureza.
Sempre me encontrei no meio de todos mesmo, no meu domicílio, quietinha, vendo o que já fora passado, como âncora de maturidade, quebra de ranços, maus humores, pois os momentos de prazer são bem mais intensos, que os de frustração.
Frustrados, adoecemos, vitalidade, vira paranóia, e a morte logo bate a porta.
Cheios de imóveis, movidos de vazios, insociabilidade, nos leva a mais nostálgica solidão.
Máscaras sanitárias, não justificam nossas ausências de sorrisos.
“O homem é o único animal que sorri”, assim falava Millor Fernandes.
E hoje, gargalhadas histéricas, não justificam nossa homeostasia interior.
Precisam tocar nos nossos amigos e irmãos mais próximos,..e então .’.Sermos todos ouvidos’, e menos enciclopédia das vaidades, nos arrotos de conhecimentos, bem distantes de muitas necessidades.
Reconstruir nossos amigos, é nos reconstruirmos também.
As pedras, já foram derretidas pelo sol, ventania, também, se dispersou, e nós continuamos, cada dia, mais lúcidos, mais treinados para a vida que pulsa em cada um de nós.
Debaixo desta cobertura, chamada céu.