Sei que tem dias em que até respirar parece difícil. Sei que dá vontade de chutar o balde, esquecer de tudo, fugir para o mais longe possível. Sei que a sensação é angustiante e parece que nunca vai passar, mas passa. Mas melhora. Não há nada como um dia após o outro. O sol nasce novamente, os pássaros voltam a cantar e novas vinte e quatro horas começam a contar no relógio. A areia dentro da ampulheta vai escorrendo lentamente, como se quisesse dizer: “Vá com calma. As coisas vão fluir”. Sei que o cansaço faz com que a mente perca a noção de tudo e até levantar às vezes parece ser um esforço gigantesco. Todo mundo já teve um dia horrível no trabalho e quis xingar o chefe, o marido, ou o vizinho que te olhou de um jeito meio atravessado. Faz parte. Se quiser ficar sozinho por algumas horas, fique; se quiser dormir até mais tarde e deixar um compromisso para depois, não hesite; se quiser simplesmente não fazer nada, não faça. Sei que tem momentos em que isso se torna necessário. Ninguém é uma máquina ligada o tempo todo na eletricidade e que funciona regularmente do mesmo jeito. Estar mal durante algumas horas não significa que tudo está perdido, é apenas um sinal de humanidade mesmo. Assim como a lua passa por fases diferentes, você também pode passar por algumas delas. Nenhuma pessoa está bem o tempo todo, nem mal a vida inteira. São ciclos que iniciam e outros que se fecham. Altos e baixos que todos precisam encarar, cedo ou tarde. Um dia após o outro, tudo volta a se encaixar.