Amanda Ághata Costa – Escritora
Ninguém segura uma mulher que sabe para onde deve ir. Ela, que acorda de manhã cedo, coloca sua roupa de guerrilha e segue para matar mais alguns leões pelo caminho, ou qualquer animal que ouse rugir ou rosnar para ela. Nada a afeta, nada a abala, nada a faz dar sequer uma pequena pausa. Se tem algo em que ela realmente acredita, ela simplesmente não abre mão. Ela só continua seguindo seu caminho.
Ninguém para essa mulher, nem mesmo o relógio atrasado, o trânsito parado, ou um babaca qualquer dizendo que ela não pode fazer algo que a sociedade julga como imprópria. Se acha que ela é incapaz de executar qualquer tarefa, ela vai lá e prova que faz melhor que muito marmanjo de terno engomado, e muitas vezes, ainda faz isso em cima de um salto quinze, apesar de muitas executaram perfeitamente em cima de uma sapatilha rasteira.
Não que ela precise provar qualquer coisa, seja para você ou para qualquer um, mas ela realmente é o tipo de heroína que não precisa vestir uma capa e sair voando por aí, para de fato salvar o mundo todos os dias. Ela é uma mulher que encara tudo e todos, só para dar conta de um monte de tarefas que poucos acreditam que ela é capaz.
Porque além de tudo, mulher ainda precisa constantemente se pôr a prova, e nem assim leva o crédito disso. Tem vezes que o chefe é que conseguiu a oportunidade, o vizinho é que deu conta de resolver a situação, o namorado é que alcançou o que ela estava querendo agarrar, ou qualquer machismo podre do tipo.
É um saco ter que mostrar o seu valor só por ser mulher, pois os homens simplesmente não precisam sequer ter muito empenho e recebem todos os méritos. É um saco mesmo, mas nem por isso ela se deixa abalar, se é o que está pensando. Quanto mais falam por trás, mais ela segue em frente, provando principalmente a si mesma do que ela é capaz.
Depois de muitos percalços e afins, ela hoje entende que o lugar de uma mulher é todo o lugar que ela quiser. O mundo talvez não esteja preparado para isso, mas se a mulher quiser dominá-lo, ela vai fazer em um estalar de dedos com unhas pintadas ou descascadas, apenas porque ela pode. Ela pode isso, pode tudo e pode muito mais.