Por Amanda Ághata Costa
Enquanto existir um amanhã, não vou deixar de acreditar em um futuro que deixe de herança marcas mais bonitas. Não vou deixar que me façam perder a esperança. De pensar que as pessoas possam ser melhores, de imaginar que ainda há muito a ser vivido e apreciado. Porque há. Sempre existe algo a mais.
Enquanto existir a chance de recomeçar, eu vou rebobinar a fita quantas vezes julgar necessário. Não é porque não deu certo para alguém, ou só porque não deu certo para mim antes, que não posso ter fé de que dessa vez vai funcionar. Talvez funcione naturalmente. Talvez eu faça funcionar por insistência. Às vezes o “como” não é tão importante quanto o “quando”.
Enquanto eu tiver forças para lutar todas as lutas que me forem anunciadas, não vou dar nenhuma batalha como perdida. Não tem a menor chance de eu desistir. Luto com unhas e dentes se for necessário, mas não é qualquer tombo que vai me tirar do jogo.
Não cheguei até aqui para ser desacreditada por quem pensa que tudo vai sempre dar errado. Nem sempre dá, nem sempre deve dar. Há tanto lá fora para ser encarado de frente, e só não admite isso quem não quer abrir os olhos e simplesmente enxergar. Não é por que uma gota minúscula de chuva te molhou, que você ainda não possa abrir o guarda-chuva ou quem sabe se permitir molhar por inteiro.
Mesmo que possa parecer que o mundo tente me dizer que devo pensar mal de tudo ao meu redor, prefiro pensar que nem tudo é tão preto no branco. Talvez ainda existam bons sentimentos. Talvez nem tudo esteja tão perdido assim. Enquanto eu tiver a capacidade de amar e sentir esse amor voltando ao meu encontro, não vou destilar o ódio sem motivos, apesar de que possa até parecer mais fácil. Amar requer mais cuidado, mais paciência, mais de tudo. Ainda assim, enquanto eu continuar sendo eu, nada disso vai mudar. Todos podem estar fugindo da chuva, mas desta vez eu escolhi me molhar.