Amanda Ághata Costa – Escritora
Nenhuma tempestade é tão longa que o sol não volte a aparecer nunca mais, não importe o quanto duvidemos disso.
Até parece que o temporal realmente vai levar tudo consigo e não haverá telhados inteiros para nos cobrir após a chuva, porque ter esperança em momentos difíceis é como acreditar em fada dos desejos ou qualquer coisa mágica do tipo. Parece que nenhum milagre vem à tona quando mais se precisa dele.
A verdade é que enquanto estamos molhados e com medo, nenhum pensamento bom paira na nossa mente.
Até quando o arco-íris surge acima de nossas cabeças, ainda há a dúvida de se não voltará a chover de novo, mas é justamente disso que se trata no fim das contas.
Ter medo é mais normal do que às vezes gostamos de admitir. O fato de haver outras tempestades não tira a beleza dos dias brilhantes de sol, nem anula a importância de um ou de outro.
Com o passar do tempo começamos a entender que é muito mais difícil enxergar o lado bonito das coisas feias, do que enxergar o lado feio das coisas que nos soam como belas.
Da mesma forma que parar para apontar os defeitos de alguém acaba sendo mais fácil do que pontuar as qualidades, pois expor o que achamos ruim é simples, superficial até para qualquer desconhecido julgar.
Ter sensibilidade é para poucos, mas é preciso lembrar que o dedo que muito aponta para os outros, um dia aponta para a gente também.
Assim como nem todas as tempestades duram para sempre, os dias ensolarados também tem prazo para acabar. Portanto, é preciso saber que dias e pessoas são feitos de lados belos e feios. Tanto um, quanto o outro, podem mudar num piscar de olhos.