Amanda Ághata Costa – Escritora
Eu me despi de todas as minhas inseguranças ao te deixar invadir a minha zona de conforto. Me entreguei inteira, dos pés a cabeça, dos pensamentos às mínimas atitudes, de formas inimagináveis. Quando eu nem sabia que podia ser sua, eu já era.
Talvez pra você eu não fosse tão sua quanto eu imaginava, mas eu sempre me considerei assim, desde o segundo em que você gravou suas digitais na minha pele. Desde que seu beijo grudou nos meus lábios e o gosto de cada um deles me tirou de órbita, nada mais foi do mesmo jeito.
Perdi até o meu próprio senso de certo e errado por sua causa. Quando todos me alertavam sobre suas atitudes erradas e do quanto eu merecia mais do que você me oferecia, eu continuava cega, com o peito doendo com a mínima ideia de não te ter mais por perto. Foi como se você tivesse feito uma lavagem cerebral na minha alma, pois tudo o que ia além do que girava ao seu redor, simplesmente não existia mais ou sequer tinha valor.
Eu acreditei no seu falso amor como quem acredita de olhos fechados, apesar de a intuição lá dentro gritar para que se espie ao menos um pouquinho. Se eu tivesse desconfiado que o fim da história seria como de fato aconteceu, talvez eu confiasse menos no que você me dizia, menos no que meu coração queria que fosse verdade, e bem mais no que a realidade tentava tanto esfregar na minha cara.
O meu maior erro foi me despir de tudo, me desnudando por conta do amor, quando deveria ter coberto o máximo de mim, em absolutamente tudo que se tratava de você.