Amanda Ághata Costa – Escritora
Não sei que mundo é esse em que vivo, onde tudo parece tão errado, tão fora do lugar. É como se eu girasse em sentido anti-horário por não conseguir acompanhar o fluxo. Tudo virou tão instantâneo que é como se o mundo simplesmente não pudesse mais andar no mesmo ritmo; porque logo tudo acaba, logo tudo se dissolve.
Não sei que mundo é esse onde ninguém mais sabe amar as pessoas como se não houvesse algo a mais para nós no dia seguinte. Como se houvesse um rei dentro da barriga de cada um, que controla tudo, sem olhar os sentimentos, sem se importar com nada além do próprio umbigo. Antigamente existiam menos formas de demonstrar, mas mais constância nas ações. Se sabia ser mais humano, enquanto hoje se sabe ser somente algo feito uma peça de um jogo feito para derrubar o máximo de outras peças possíveis.
Não sei que mundo é esse onde para todo canto em que olho, há um tipo de desprezo diferente sendo gerado. Não existe o mínimo de empatia para com o próximo, e não só em uma situação, mas em todas as possíveis. Falar em fazer o bem a alguém do nosso lado virou uma raridade tão grande que merece aplausos quando acontece.
Não sei quando o mundo deixou de ser mundo para ser uma mera competição entre todos os indivíduos do planeta. É quem mais pode ganhar, contra quem mais pode obedecer. Uma idiotice sem tamanho, afinal, que mundo é esse onde ninguém percebe que no fim ninguém ganha, se não voltarmos ao dia em que éramos humanos de verdade? Não se trata somente de um simples título ou uma espécie. Se trata de ter mais amor e menos ódio dentro do peito, pois sem isso, somos somente um tipo de projeto que deu errado e não evoluiu em absolutamente nada que importe.