Amanda Ághata Costa – Escritora
Quando eu escolho confiar nas pessoas tenho consciência de que nem sempre elas irão me dar o que espero delas, e eventualmente querendo ou não, sei que no meio do caminho irão me decepcionar. E está tudo bem nisso, aliás. Ninguém é perfeito ao ponto de nunca decepcionar ninguém.
Eu mesma já decepcionei muita gente, então não posso ser hipócrita em querer ser intocável. Apesar disso, não significa que eu estou sendo ingênua por esperar o melhor delas, porque mesmo que talvez hajam alguns deslizes, eu prefiro acreditar no bem em vez do mal.
Tem quem caçoe da minha habilidade de perdoar e acreditar com facilidade, mas eu faço a escolha e respondo por mim, não pelos outros. Se a quem eu ofereço o melhor, porventura eu venha a receber o pior, isso diz mais sobre a pessoa que me devolveu algo que eu não merecia do que a mim mesma.
Quero enxergar ao máximo a melhor parte de alguém, os seus pontos positivos, mesmo que um dia eu me machuque no processo. Isso acontece porque nem sempre as pessoas querem que os outros vejam as suas partes bonitas, com medo de que quando as feias vierem à tona, essas não consigam suprir as demais. Eu não enxergo desse jeito, se quer saber.
Se eu fosse sempre devolver tudo na mesma moeda, possivelmente tudo seria bem diferente. Há grande chance de que eu não teria tido tantas decepções, sem contar as vezes em que poderia ter me privado de levar a frente o que nunca nem deveria ter saído do lugar.
Ainda assim, tudo o que eu faço, tudo o que eu acredito, me faz o tipo de pessoa que eu gostaria de conhecer. Mesmo que ninguém mais no mundo consiga enxergar tudo o que posso oferecer, eu consigo enxergar isso nos outros. Como já disse antes, a forma que eu levo a minha vida diz mais sobre mim, do que o que as pessoas possam supor a meu respeito.