Amanda Ághata Costa – Escritora
Todo mundo diz o tempo todo o que todos devem fazer. Todo mundo deve escrever um livro, plantar uma árvore, dar uma cambalhota ou algo assim. Deve existir alguma graça em se sentir igual, já que existem até manuais que indicam como alcançar tamanha proeza.
Talvez seja até legal se sentir parte de um grupo que vibra pelas mesmas conquistas, almeja os mesmos sonhos e disputa as mesmas posições. Mas e se eu não quiser fazer o que todo mundo sempre faz? E se eu quiser agir diferente, já que sou também de toda forma um tanto diferente?
Não, não quero o que todo mundo quer. Não ligo se me olharem torto na rua, porque não sou de agradar quem não me agrada em primeiro lugar. Provavelmente vou olhar torto como retribuição, já que nem tenho porque fingir um papel ao qual não fui destinada. Não tenho porque fingir nada, em nenhum momento, em nenhum lugar.
Só quero ser eu mesma, sem olhar para os lados para encontrar alguma aprovação, já que a única que precisa aprovar algo em mim sou eu mesma. Talvez eu nem entenda o que quero que seja aprovado, mas essa decisão também só cabe a mim. Ninguém precisa me compreender, porque não sendo igual todo mundo, talvez essa tarefa seja difícil demais a ser cumprida.