Eu não sei como você vê o mundo, se vê tantas cores quanto eu, ou se faz mais o estilo monocromático. Tampouco sei se consegue entender a magnitude do que está ao nosso redor, já que eventualmente parece estar de olhos fechados para tudo isso. Existe, inclusive, a chance de você nem saber mencionar tudo o que vê, por passar tempo demais vendado.
Eu não sei se você acredita de verdade quando te elogiam, ou se ruboriza por não saber ouvir algo bom por logo pensar que não deve ser real.
O seu mundo pode até mesmo ser um pequeno universo inexplorado, apenas por não acreditar que alguém iria querer desvendá-lo.
Eu não sei se o seu medo e a incapacidade de confiar afetam todo o resto, mas suspeito que talvez as coisas leves se tornem mais pesadas por conta disso, por não crer naquilo que há de bom sem dar a entender que no fundo são sempre ruins.
Eu não sei tudo o que você viveu para encarar o horizonte dessa forma, porém compreendo que não devo julgar o que não está sob minha pele.
Prefiro pensar que cada um volta e meia carrega sua própria pilha de livros, e apesar de algumas pilhas parecerem mais pesadas e outras mais leves, desde que se carregue um livro ao menos,já existe uma bagagem a ser valorizada.
Posso não saber o peso do que você traz nas costas, mas sei que devo respeito à sua bagagem mesmo assim.
Eu não sei se tudo o que eu vejo no meu mundo, é o que você vê no seu, e enquanto não tenho certeza do que de fato você enxerga, me poupo do direito de querer palpitar. Se o seu mundo por acaso não for o mesmo mundo que o meu, eu aceito também.
Posso não entender ou não concordar com o que há nele, mas devo em primeiro lugar,me colocar no seu lugar e ter empatia quanto ao que você quer ver.