Amanda Ágatha Costa
Quem está disposto a ver todas as minhas camadas consegue entender que sou muito mais do que um rostinho bonito estampado na capa de uma revista. Não sou definida pela minha aparência, nem pelos meus aparentes dotes, mas por tudo aquilo que carrego dentro de mim e justo o que nem todos são capazes de enxergar. Ao que parece a profundidade cega, enquanto a futilidade atrai. Não consigo entender, mas é a realidade cruel e destrutiva quem dita as regras desse jogo.
Os conceitos estão invertidos e os valores não contam mais, a não ser os tais valores na conta bancária de alguém. Enquanto querem ditar o que devo vestir, como devo agir para ser admirada, ou qualquer outra besteira que não paro sequer para prestar atenção, sigo acreditando que tenho muito mais a oferecer além do que é meramente palpável.
Por trás do que é superficial, estão minhas angústias, meus sonhos, minhas reais preocupações que parecem ser pisoteadas por um padrão de perfeição que não estou disposta a atingir. Mesmo que doa, mesmo que me massacrem, não faço parte da máfia da beleza maquiada e fútil de não ser o que meu verdadeiro eu quer que eu seja. Podem tentar manipular os ideais e as ambições de todos ao meu redor, mas sigo intacta em minhas virtudes e colocando minha verdade em tudo que acredito.
Por trás das camadas de pele e osso, vive um ser em construção que não se deixa levar por algo que não seja o melhor para si mesmo. O que não toca no fundo, por baixo das camadas de pele e osso, não atinge o que carrego de mais valioso em mim. Além da casca, bate um coração sedento por menos coisas supérfluas e mais coisas de verdade.