Amanda Ághata Costa – Escritora
Não sei até que ponto os meus erros ou acertos me guiaram para que chegasse até aqui, mas eles me trouxeram a algum lugar, mesmo que não seja onde eu gostaria de estar agora. Não sei se foi o dia em que decidi que não iria sair de dentro do casulo, ou se foi justamente o dia em que resolvi ir para onde jamais tinha ido antes, mas aconteceu, eu cheguei aonde talvez nem pudesse imaginar que poderia chegar um dia.
Como uma lagarta que vira uma borboleta sem nem saber as alturas aonde ela poderia voar, e se assusta quando percebe todo o seu potencial.
Não sei quando foi que eu mudei, se é que de fato mudei. Talvez tenha sido no exato momento em que me enxerguei como um todo disposto a dar o máximo de si, ou se foi quando percebi que devia ser mais eu mesma em vez de ser o contrário de mim para agradar a alguém que não fosse eu própria.
Não sei contar nos dedos das mãos os quantos acertos eu já acumulei, e possivelmente não tenham sido tantos quanto os erros que viram montanhas ao meu redor, mas isso nem me preocupa tanto assim, quando posso escalar qualquer montanha que estiver ao meu alcance.
Não sei sequer se eu trocaria todos os meus erros por acertos, porque sem os meus erros, eu nem teria o que alcançar ou montanhas para escalar, e é justamente a escalada o que mantém todos de pé. Pode até parecer bobagem, mas ter um topo para alcançar é o que dá sentido a tudo. Ninguém começa e termina no mesmo lugar, sem idealizar ir além.
Pode até ser que eu não saiba o que me trouxe até onde cheguei. Pode até ser que eu não consiga dizer quais erros ou acertos eu trago comigo, mas quem eu sou, se dá devido a eles. Se vou errar ou acertar de novo, eu não sei, mas posso ao menos continuar tentando. Quem continua a escalada, sempre chega aonde precisa chegar.