Amanda Ághata Costa
Está tudo na ponta da nossa língua ou dos nossos dedos. O fim e o começo, a alegria e a tristeza, a dúvida ou a certeza. Uma balança que pesa para o lado que bem entender.
Tudo depende do que dizemos, bem como para quem é dito e da forma como isso é pronunciado. Ou digitado, como preferir.
As palavras têm um peso maior do que muitos acreditam. Pesam toneladas enquanto representam não pesar praticamente nada.
Com uma só palavra, guerras podem ser iniciadas e talvez com outra elas possam ser cessadas, em um passe de mágica. Simples assim.
No dicionário encontramos dezenas de palavras que se transformam em frases e que posteriormente viram vida. Cada mísera letra contém todo um universo de possibilidades de futuras expressões. Tanto significado se perde em discussões desenfreadas, palavreados ditos sem sequer pensar naquilo que se traz, e mágoas espalhadas pela cidade enquanto podia muito bem ser distribuído mais amor.
É muito fácil falar o que se pensa sem sequer pensar nas consequências que elas podem acumular.
Tem quem pense que falar por falar não tem mal nenhum. Talvez não fisicamente, mas quem escuta uma palavra dita com rancor, carrega os efeitos na mente por muito tempo.
Não são destroços aparentes, mas eles estão ali, cravados na lembrança de quem ouviu o que não gostaria de escutar. É um tipo de dor que machuca por dentro.
Não dá para acreditar que somente sons que saem da boca possam causar tantos prazeres ou tantos estragos.
Mas causam, apesar de não serem nada mais do que palavras. Quanto mais inofensivo algo aparenta ser, maiores são os rastros que se tende a deixar pelo caminho.