Em janeiro deste ano, Leonardo e Fabíola Valle, ambos com 30 anos, embarcaram numa viagem que mudava, a partir de então, o estilo de vida do casal. A intenção era dar uma volta ao mundo durante dois anos e meio, desapegados de bens materiais, apenas com uma mala cada um.
Léo, como é mais conhecido, é de família natural de São João Batista, e Fabi é brusquense. Os dois estão juntos há 15 anos e desde 2015 são casados.
Porém, em menos de três meses fora do país, o casal precisou retornar para casa, devido ao aumento da pandemia do coronavírus pelo mundo.
Depois de dois meses no Brasil, percebendo que a situação se alongaria, Leo e Fabi começaram a ‘replanejar’ o projeto e a única certeza que tinham era não voltar para a rotina comum, para vida que levavam antes.
Por isso, tiveram a ideia de comprar uma van e transformar em um motorhome. “Nós sempre tivemos habilidades com projetos “faça você mesmo” e percebemos que era algo que nos traria muita satisfação em fazer”, conta Fabi.
Depois da ideia, veio o planejamento. Assim como o projeto de viajar o mundo, o de construção de uma van teve muita pesquisa, muitos cálculos e muito planejamento antes de acontecer. Foram três meses só nesse processo.
“O primeiro passo foi criar uma planilha de custos para entender se era viável financeiramente, tanto a construção como a viagem foram estimadas”, comenta Fabi.
Com isso feito e a decisão definitiva, o casal foi em busca por uma van para ser a base do motorhome, e escolheram uma Iveco Dailly.
Como é o casal que está fazendo tudo por conta, até mesmo os móveis, o processo é mais demorado e, por isso, não há um cronograma definitivo para o término da obra.
“Nós queremos terminar o quanto antes, mas não queremos apressar as coisas para fazer tudo da melhor forma possível”, diz.
A intenção é voltar a viajar em janeiro de 2021, se as fronteiras estiverem abertas e a construção finalizada.
Viagem interrompida
Assim que embarcaram na viagem, o casal saiu do Brasil com destino à Nova Iorque antes de seguirem para a Ásia. E, então, começaram a aventura pelo Japão, Coréia do Sul e Tailândia.
O Japão estava no topo da lista de países que Léo queria conhecer. “Então foi incrível começar a viagem por lá. Na verdade, poder sentir um pouco do que é a Ásia só nos fez querer ainda mais descobrir o continente”, diz.
Quando iniciaram a viagem, a doença da Covid-19 estava concentrada na China. Apenas quando o casal estava na Tailândia que a situação complicou. “Nos nossos últimos dias por lá já haviam diversas restrições no país e muitas fronteiras fechadas”, conta Fabi.
A volta ao Brasil também teve seus entraves. Quando Léo e Fabi decidiram voltar, as passagens estava muito caras, em torno de R$ 8 a R$ 10 mil por pessoa.
“Pensamos em ficar na Tailândia, pois é um país barato. Mas no fim desse mesmo dia, recebemos um e-mail do nosso seguro viagem falando sobre a cobertura de evacuação política e que o prazo para solicita-la encerrava à meia noite”, lembra Fabi.
Depois de quatro dias trocando e-mails com o seguro e vários voos cancelados, o casal conseguiu um voo de Bangkok até São Paulo.
“Não contamos do retorno para ninguém, pois havia a possibilidade de não conseguirmos voltar. Então, quando chegamos no aeroporto e nosso embarque foi confirmado, avisei apenas a minha irmã, por segurança”, conta Fabi.
Foram três dias de viagem, entre voos e estrada, vez que tiveram que alugar um carro para seguir de São Paulo até Santa Catarina. “Assim surpreendemos nossos pais já em casa. Foi divertido e emocionante”.
Cronograma de viagem
Léo e Fabi já estão com roteiro de viagem montados e os primeiros seis meses já estão definidos, só falta saber a data de partida.
“Se as fronteiras já estiverem abertas, iniciamos nosso roteiro de viagem pelas Américas, indo até o Ushuaia para então seguir até o Alaska. Se ainda não for possível sair do Brasil, vamos conhecer mais um pouco do nosso país”, detalha Fabi.
Etapas compartilhadas nas redes sociais
Todos os passos da construção do motorhome têm sido compartilhado com o público que segue o casal tanto no Instagram, quanto no canal do Youtube.
“Pensamos em compartilhar o processo para também ajudar outras pessoas com base na nossa experiência. E, aos poucos, criamos uma comunidade que troca ideias, dá sugestões, acompanha e torce por nós, isso é incrível”.