Por Amanda Ághata Costa
Alguns dias eu me desmancho como se desabasse em mim mesma. Nado, nado, nado e não me encontro.
Tantas dúvidas viram uma bola de neve que acabam esmagando meus pensamentos. Se esse turbilhão de emoções fosse visível como uma montanha, com certeza haveria uma avalanche por todo canto.
Não meço nenhuma explosão. Choro como se houvesse uma tempestade dentro do meu corpo e não paro de enxugar as lágrimas nem tão cedo. Nem tão logo as coisas voltam a ser simples e tranquilas.
Não pelo tempo propriamente dito, mas pela sensação de tudo estar fora do lugar. É o drama na pele que faz a água virar fogo mesmo sem a menor possibilidade dela um dia se tornar algo assim.
Esqueço de puxar o freio, perco a noção do que está ao redor e foco só no que me cabe. É meio exaustivo lidar com tantas pressões de todos os lados e permanecer sempre intacta.
Tem horas que é preciso soltar o grito de dentro da garganta para voltar a si. Ninguém é totalmente íntegro e estável nos sete dias da semana. Todos têm que ter um pouco da sua loucura exposta. Às vezes, sem isso, não dá para começar de novo.
O desequilíbrio também é o equilíbrio em certas situações.Quero dizer que há muito mais para ser entendido do que eu mesma sou capaz de entender. Parece que se doer demais, não terá volta e tudo estará perdido. Mas, eu sei que tem, embora perca a visão por alguns segundos e esqueça disso.
Nenhuma lágrima fará a visão ficar turva para sempre, assim como nenhuma dor será sentida até o fim. O que é bom e o que é ruim, o que é triste e o que é feliz. Tudo tem um recomeço. Tudo é finito.