A rede pública de ensino de São João Batista superou a meta estipulada pelo Ministério da Educação (MEC) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019, com os anos inicias (4°/5°).
Realizado a cada dois anos, o Ideb é o principal indicador de qualidade da educação brasileira. O resultado de 2019 foi divulgado na terça-feira, 15, e o índice na rede pública foi de 6.6, sendo que a meta era de 6.5.
Na rede municipal, o resultado também ultrapassou a meta de 6.5, chegando a 6.7. Já na rede estadual, a meta era de 6.3 e os anos iniciais atingiram 6.2.
O melhor Ideb de São João Batista é da Escola Reunida Prefeito Sinézio Octaviano Dadam, no Centro. Com, aproximadamente, 300 alunos, a escola atingiu o índice de 7.2, superando a meta de 7.1. Esta não é a primeira vez que a escola fica com o melhor resultado no município.
Nas avaliações de 2011 e 2015, a escola obteve o índice 7, estando sempre entre os melhores aproveitamentos em relação à avaliação do Ideb e, acima da média nacional.
O diretor José William Evangelista Pinto, afirma que os resultados conquistados no Ideb são reflexos do trabalho de toda equipe, com professores comprometidos e que sempre exigem ao máximo dos alunos. “Esse trabalho diário é importantíssimo para manter o nível de exigência e excelência”, diz.
Entre os projetos que a escola segue durante o ano estão os disponibilizados pela rede de ensino municipal, como Feira de Matemática, Recital de Poesia, Jovens Empreendedores Primeiros Passos (Jepp) e Jogo do Saber. Além disso, a escola realiza ainda, à parte, o Show de Talentos que, segundo o diretor, contribui significativamente para o desenvolvimento dos alunos.
Outra escola que teve bom desempenho nos anos iniciais foi a EEB Alice da Silva Gomes, também do Centro, que conquistou 7.1, e também superou a meta de 6.5.
Para a secretária de Educação, Rafaela Tamanini dos Santos, o resultado do Ideb neste ano mostra que todo trabalho vem sendo reconhecido. “Todos os funcionários, toda a equipe, desempenham um papel importante na construção desse resultado, junto com os alunos e todos que colaboram para esse importante avanço”, comenta.
Ela acrescenta que a Educação municipal cumpre com a missão de representar e zelar pelos interesses da educação pública e dar garantia da qualidade da oferta de ensino. “Seguimos em busca de superar nossas metas e, assim, melhorarmos ainda mais a vida das pessoas”, complementa.
Rede estadual
Na rede estadual, a escola que se destacou no Ideb nos anos iniciais foi a EEF Professor Patrício Teixeira Brasil, que igualou a meta de 6.2.
Para a diretora Deise Eller Gomes e a assessora Mayara Paschoal Amorim, o resultado trouxe um sentimento de orgulho. “Podemos atribuir esse resultado à dedicação dos nossos professores e de toda a equipe pedagógica da escola”, afirmam.
A diretora ressalta que alguns projetos realizados na escola podem ser considerados determinantes para o bom resultado. “Temos os momentos de leitura, projetos interdisciplinares que são planejados anualmente de acordo com as necessidades e ao trabalho realizado em sala de aula, tendo em vista que nossos professores buscam sempre resgatar os alunos com possíveis dificuldades”, comenta.
A assessora acrescenta que, agora, durante o período da pandemia, a escola tem disponibilizado atividades por meio da plataforma online Classroom e atividades impressas para os alunos sem acesso às tecnologias. “A equipe gestora realiza sempre uma busca ativa das famílias para que não percamos o vínculo”, frisa.
Anos finais ficam abaixo da meta
A nota conquistada pelos anos finais (8º/9º) no Ideb, em São João Batista, baixou, comparado com os resultados de 2017. Com isso, a meta estipulada pelo MEC para a rede pública, de 5.8, não foi atingida, e ficou em 4.9.
Na rede municipal, a meta estipulada era 6.3, porém não ultrapassou 4.9. Em 2017, apesar de também não ter alcançado a meta de 6.1, o município alcançou o índice de 5.1.
Já a rede estadual tinha como meta atingir 5.6, mas também ficou no 4.9. Em 2017, com a meta de 5.4, a rede estadual chegou a 5.1, tendo uma grande queda neste novo resultado.
O indicador reúne os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Um dos fatores que contribuíram para o índice geral ser baixo na rede municipal foi que a Escola de Educação Básica Professora Araci Espíndola Dalcenter não teve número de participantes no Saeb suficiente para que os resultados fossem divulgados. Já a Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes teve o resultado de 5.0, com meta de 6.3.
Na rede estadual, as escolas EEB São João Batista e EEF Professor Patrício Teixeira Brasil também não tiveram número de participantes no Saeb suficiente. Já a EEB Professora Lídia Leal Gomes atingiu a meta estipulada de 5.0.
No quesito Ensino Médio, município conta apenas com duas escolas estaduais, que são a EEB Professora Lídia Leal Gomes e EEB São João Batista. A meta estipulada pelo Ministério da Educação foi de 3.9 e a rede estadual atingiu 3.8. Entretanto, apenas a EEB Professora Lídia Leal Gomes participou do cálculo, obtendo o resultado de 3.9.
Canelinha se destaca na região
No Vale do Rio Tijucas, o município de Canelinha foi o que obteve melhor resultado nos anos iniciais, superando os 6.2 de 2017 e chegando a 6.8.
A secretária de Educação, Rosangela Leal atribui o resultado a um conjunto de pessoas que fazem acontecer no dia a dia. “Eu como secretária oriento, mas por trás de mim, quem realmente faz acontecer são os professores, coordenadores e diretores dentro das escolas”, comenta.
Além disso, ela lembra que o município conta com apoio do sistema Aprende Brasil, por meio de apostilas e de um ensino diferenciado. “É uma grande satisfação e alegria receber esse resultado, pois as atividades são realizadas justamente com essa perspectiva, de obter o melhor”, diz a secretária.
Rosangela destaca ainda a participação e envolvimento da família com a escola, que é muito importante no processo de aprendizado e que também conta muito para o bom resultado no Ideb. “Agora, trabalhamos para sermos melhores ainda no próximo Ideb, apesar de sabermos que vivemos uma pandemia e a perda na educação neste ano é muito grande”, comenta.
Ainda nas séries iniciais, o segundo melhor resultado foi de São João Batista, com 6.7, seguido de Nova Trento, que manteve o índice de 2017, de 6.3. Major Gercino teve uma queda no resultado, sendo que em 2017 atingiu 6.8 e, agora baixou para 6.3.
Tijucas manteve também o índice de 2017 e permaneceu com 5.9, o menor resultado na região.
Já nos anos finais, Tijucas se destaca ao sair do resultado de 4.1 em 2017 e subir para 5.2. Nova Trento também obteve o mesmo índice, superando os 4.7 do Ideb anterior. São João Batista, teve o pior resultado e baixou de 5.1 em 2017 para 4.9 em 2019.
Cenário nacional
O Brasil avançou no Ideb em todas etapas de ensino, mas apenas nos anos iniciais do ensino fundamental cumpriu a meta de qualidade nacional, estabelecida para 2019.
O índice registrado nos anos iniciais no país passou de 5,8, em 2017, para 5,9, em 2019, superando a meta nacional de 5,7 considerando tanto as escolas públicas quanto as particulares.
Nos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, avançou de 4,7 para 4,9. No entanto, ficou abaixo da meta fixada para a etapa, 5,2. No ensino médio, passou de 3,8 para 4,2, ficando também abaixo da meta, que era 5.
Em Santa Catarina, os dados do Ideb referentes a 2019 indicam que o estado segue acima da média nacional no Ensino Fundamental e melhorou o desempenho entre os alunos do Ensino Médio, nível que historicamente representa os maiores desafios para a educação.
O desempenho de Santa Catarina no Ensino Médio era de 4,1 em 2017 e subiu para 4,2 em 2019, alcançando o melhor índice em oito anos nessa faixa etária e dentro da média nacional.
No Ensino Fundamental o índice alcançado foi de 6,5, seguindo o desempenho registrado há dois anos. O resultado esteve acima da média nacional, de 5,9. Além disso, superou a meta de desempenho 6,3.
Já nos anos finais houve oscilação de 5,2 para 5,1 no desempenho dos alunos no estado, apesar do índice permanecer acima da média nacional, de 4,9.