Miriany Farias *

Foi no Correio Catarinense que tudo começou.
Eu ainda cursava faculdade, cheia de sonhos e com aquele frio na barriga de quem está prestes a dar o primeiro passo no mundo real do jornalismo. O Correio acreditou em mim quando eu ainda tentava entender o que significava, de fato, ser jornalista, e me abriu as portas para essa jornada.
Lembro do nervosismo ao entrar na redação pela primeira vez, das pautas iniciais, de conhecer pessoalmente aquelas vozes e nomes que, até então, eu só acompanhava pela rádio ou pelas páginas do jornal. Das conversas apressadas antes do fechamento, do tradicional lanche das quintas-feiras e da emoção indescritível de ver meu nome impresso, assinando assim as primeiras reportagens. Cada matéria trazia um novo desafio. Cada edição, um aprendizado.
Foram anos intensos, de muito trabalho, aprendizado e descobertas. Tive a chance de participar de coberturas marcantes, como nas enchentes de 2011, quando a equipe se mobilizou para levar informação de qualidade à comunidade em meio ao caos. Passamos o dia inteiro acompanhando os desdobramentos e, no fim, sem conseguir voltar para casa, dormimos na casa do Hélder, onde funcionava a redação na época. Em 2012, vivi outra experiência inesquecível: a cobertura das eleições municipais.
Fiquei no jornal até 2013 e, quando me formei, levava comigo muito mais do que experiência. Levava aprendizado, maturidade e o reconhecimento que o Correio Catarinense me ajudou a conquistar. Esse começo me abriu portas e me guiou nos caminhos que vieram depois.
O destino, no entanto, quis que eu voltasse. Em 2020, retornei ao Correio Catarinense, agora sob a direção do Juliano César, em uma nova fase do jornal. Dessa vez, contribuí de outro jeito: participei da reformulação da diagramação e do layout do impresso, além da implantação do novo site. Era o Correio se reinventando, acompanhando o tempo sem perder a essência. Fiquei até 2021, e guardo com carinho cada experiência dessa segunda passagem.
Hoje, ao ver o jornal chegar à marca de mil edições, o sentimento é de orgulho e gratidão. Orgulho por ter feito parte dessa história e por ter crescido junto com o Correio; gratidão por tudo o que aprendi ali, lições que levo comigo em cada nova etapa.
Se hoje atuo como assessora de imprensa da Havan, é resultado de tudo o que construí desde aqueles primeiros anos de redação. Foi no Correio que aprendi o ofício, desenvolvi meu olhar jornalístico e entendi o poder de comunicar com propósito.
O Correio é mais do que um jornal. É memória viva. É o retrato de uma cidade que cresce, muda e continua sendo contada nas suas páginas.
Parabéns por manter essa história pulsando, por inspirar novos profissionais e seguir firme como a voz e o coração de São João Batista.
- Jornalista e assessora de Imprensa da Havan
“Hoje, ao ver o jornal chegar à marca de mil edições, o sentimento é de orgulho e gratidão”


