Na noite desta quarta-feira (30), o Centro Universitário de Brusque (Unifebe) entregou oficialmente à comunidade, o Centro de Memória Unifebe, um acervo destinado aos estudantes, pesquisadores e admiradores da história do estado de Santa Catarina.
A cerimônia de inauguração do espaço contou com a presença da reitora da Unifebe, professora Rosemari Glatz, do vice-reitor, professor Sergio Rubens Fantini, da pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, professora Edinéia Pereira da Silva e do pró-reitor de Graduação, professor Sidnei Gripa, além de autoridades, comunidade e imprensa local.
“A partir de agora nós somos os guardiões dessa história, que não tem preço, não dá para medir o quanto vale. Queremos ser um exemplo de preservação da memória da nossa região. Entendemos que a sociedade precisa preservar, resguardar o seu patrimônio histórico, e é nesse sentido que entregamos à comunidade o Centro de Memória Unifebe, um acervo tratado com muita cientificidade e técnica, como ele deve e precisa ser”, evidenciou a reitora.
CENTRO DE MEMÓRIA UNIFEBE
Localizado na Biblioteca Acadêmica Padre Orlando Maria Murphy, o Centro de Memória Unifebe conta com o maior acervo histórico da indústria têxtil catarinense, composto por documentos oficiais, álbuns fotográficos, cartas, cartões postais, jornais e artefatos têxteis do início do século XX, da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Indústria Buettner e Companhia Industrial Schlösser.
Também integram o acervo a história oral de moradores de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento, armazenada em fitas cassete, documentos sobre os Jogos Abertos de Santa Catarina, artefatos e documentos da Força Expedicionária Brasileira (Feb), bem como acervos de moda que retratam a história do século XIX e XX na nossa região.
Para apresentar o trabalho de preservação desenvolvido pela instituição com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC, a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura da Unifebe, professora Edinéia Pereira das Silva, as bibliotecárias da instituição, Carla Zenita do Nascimento, Elisiane Mafezolli e o professor de fotografia da Unifebe, Robson Sousa, falaram sobre a idealização do projeto.
Durante a apresentação, Edinéia destacou que o Centro de Memória é fruto do extinto Centro de Documentação Oral e Memória (Cedom), criado em 1997, que após um longo período descontinuado foi retomado pela instituição em 2019. “Queremos dar vida a todo esse material e depois de muito planejamento, preparação e cuidado estamos disponibilizando a história da cidade para a cidade”, destacou a pró-reitora.
ACERVO À DISPOSIÇÃO DA COMUNIDADE
Para que a comunidade tenha acesso aos materiais disponíveis no Centro de Memória, a Unifebe vem trabalhando na digitalização do acervo fotográfico. É no próprio local que a equipe da instituição higieniza, digitaliza e insere o material no sistema informatizado de bibliotecas Pergamum, por meio de catalogação, indexação e classificação.
Antes de digitalizar os itens que constam no arquivo, as imagens ficam armazenadas 24 horas em uma estufa para retirada da umidade. Manuseadas com luvas de algodão, as fotografias são inseridas em uma mesa fotográfica com iluminação especial, a qual permite nitidez sem reflexo luminoso. O equipamento é composto por uma câmera fotográfica profissional, de última geração, conectada a um software que possibilita o tratamento das imagens. Todos os itens digitalizados recebem uma marca d’água que identifica a instituição mantenedora do acervo.
Os materiais são higienizados em mesas próprias com equipamentos como trinchas e luvas específicas para o manuseio de cada documento. Depois de inserido no sistema Pergamum, os documentos são acondicionados em suportes próprios e armazenados em mobiliário específicos. Todos os materiais recebem uma etiqueta de identificação com título da imagem digitalizada, número de guarda, número de exemplar e número de acervo, para que possa ser consultado no site da Unifebe.
Acesse unifebe.edu.br e conheça o Centro de Memória Unifebe.
MEMÓRIAS PRESERVADAS
A solenidade de inauguração foi marcada ainda pela mesa-redonda “Memórias Preservadas”, um bate-papo realizado entre Walter Bueckmann, Luiz Valentim Casagrande e Rosemari Glatz, sobre a história das empresas centenárias do município e o seu reflexo no desenvolvimento econômico regional.
Na ocasião, o ex-diretor da empresa centenária e o colaborador de mais de 30 anos de casa apresentaram suas perspectivas sobre o impacto da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux para Brusque e região.
A mesa-redonda “Memórias Preservadas” integrou a programação da 11ª edição do Seminário Temático, que este ano tem como temática central “Têxteis, Moda e Museus”. Até hoje, sexta-feira (2) serão apresentadas e discutidas metodologias inovadoras de armazenamentos, digitalização, processo de registro e disponibilização de acervos digitais têxteis e de moda, além de abordar o quanto as instituições museais estão fazendo uso das tecnologias para disponibilização dos seus acervos às empresas da área têxtil e de moda.
As palestras e bate-papos gratuitos, abertos à comunidade, estão disponíveis no canal da Unifebe no YouTube.