Kauan Fagundes Anastacio – 9º ano
A antiga Colônia, guarda a história de imigrantes europeus e caboclos que constituíram o interior de São João Batista, mas também, de muitos indígenas que viveram ali, nas duas margens do rio Tijucas. Da cultura Guaraní se originou o nome do distrito, Tigipió. Facilmente se encontram vestígios dessa presença, pois há sítios arqueológicos, não identificados, na região. É possível se encontrar pontas de flechas e outros utensílios, e até pilões em pedras, nas localidades.
No bairro Colônia Nova Itália existe uma gruta, nas terras que hoje pertencem ao senhor Ivo José Peixer, provavelmente, no passado, ocupada por indígenas. Nesse lugar sempre há muita umidade, correndo inclusive ali, um curso d´água formado pelo orvalho. Existe uma penumbra entre as pedras, local muito escuro e amedrontador, mas ao mesmo tempo lindo e sedutor. Os antigos colonos usavam a temperatura da gruta para conservar alimentos, como uma espécie de geladeira. Um lugar facilmente habitável.
Conta-se que em meio às rochas dessa caverna, ouviam-se melodias. Quando na calada da noite, de entre as pedras, saíam acordes de uma linda voz, que “encantava” a todos que a podiam ouvir. Diziam que fazia lembrar uma mulher indígena que teria sido morta por ali no período da colonização, provavelmente pelos “bugreiros”.
Muitas histórias indígenas foram interrompidas pela colonização, pois o encontro entre europeus e a etnia Guaraní foi traumático. Havia um grupo habitando determinado território e outro se instalando nele ao mesmo tempo, o que levou os dois grupos humanos a uma situação conflituosa pela posse das terras. “Bugreiros” levaram desse mundo, muitas vozes “encantadas”.