Amanda Ághata Costa – Escritora
Tem gente que sorri por fora, mas chora por dentro, sem ninguém ver, sem ninguém sequer desconfiar. Isso porque é muito mais fácil mascarar os sentimentos com um sorriso, do que realmente expor suas fraquezas e choros. Chorar dói, mas falar sobre o choro e de onde ele realmente brota, é ainda mais doloroso.
Ninguém quer admitir que se sente mal, quando pode fingir que está tudo bem e assim nem ter que dizer nada a respeito. Mas está longe de ser o certo também. Tem gente que pensa que é mais fácil pôr uma máscara de alegria falsa no rosto, e atuar para os outros, do que abrir o jogo e dizer o que está se passando de ruim.
É muito difícil compartilhar os sentimentos que massacram, ainda mais em tempos onde a vida parece tão bonita e fácil para uns. Mal sabemos nós que as vidas bonitas nem sempre são assim bonitas. Todos temos nossa própria cota de decepções e sofrimentos. Ninguém vive de apenas gargalhadas e borboletas de alegria no estômago. Muitas vezes essas borboletas chutam forte e pinicam, porque tanto a vida pode ser bonita quanto algumas pessoas demonstram por aí, quanto se mostra dura e triste.
Nada é como parece ser e nem dura pra sempre. As fases ruins também passam, assim como as boas chegam e também vão embora. Tem gente que não consegue focar no lado positivo e acha que o negativo é quem domina tudo, mas é assim mesmo, é preciso sofrer pra poder sorrir depois.
Temos que saber que apenas os robôs podem ser programados, mas os seres humanos não vivem baseados em programações assim. Tanto existe o momento de sorrir, quanto o de chorar, e é assim que nos formamos como pessoas aptas ao erro e ao acerto.
Esconder a lágrima que quer cair não nos torna mais fortes, apenas causa uma mágoa ainda maior dentro do peito. É necessário sentir a dor, porque ela nos transforma. Em seres mais sensíveis, mais perceptíveis, e mais capazes de lidar com tudo o que ainda temos a viver.