Amanda Ághata Costa – Escritora
Não sei o que viu em mim. Se foram meus olhos escuros brilhando ao te verem chegar ou se as minhas mãos habilidosas que acariciaram sua nuca enquanto você chorava em meu colo. Não sei se isso fez diferença pra você, mas eu percebi.
Não sei se o que viu em mim foi algo além da aparência ou das coisas mundanas que parecem agradar tanta gente, mas que nunca te fizeram a cabeça desse jeito,não ao ponto de realmente ver alguém com esse tipo de olhar.
Não sei se você repara nesses detalhes como eu tenho reparado, mas é que faz diferença quando tem quem te olhe, sem ser do jeito que costumam olhar por aí. Há tanto vazio lá fora, que é até estranho quando te preenchem desse jeito.
Não sei o que viu em mim pra me olhar com essa diferença, mas ela existe, e só um tolo não poderia percebê-la. Talvez, afinal, foi a forma com que eu falo o teu nome, como se fosse um canto saindo do bico de um pássaro em liberdade.
Não sei se sabe, mas te chamar é o que mais adoro fazer, porque poder pronunciar o teu nome e saber que ele tem um sentido diferente em meu peito, o torna único no mundo, o transforma em único para mim.
Não sei se o que viu em mim diz de fato respeito a mim, porque a forma de olhar, é o que conta nesse caso. O fato de você me olhar assim diz mais sobre você do que sobre mim. O que você traz em seu coração é transmitido em seus olhos e as imagens vistas por eles, só dizem respeito a tudo que você traz dentro de si. Se você me vê como algo belo a ser admirado, é porque você é ainda mais belo em seu interior.