Para além de setor econômico fundamental para a história de Canelinha, a atividade cerâmica é, sem dúvidas, elemento central na formação da identidade da comunidade canelinhense. É com este olhar que a fotógrafa Isadora Manerich está realizando o projeto Meu Mundo é o Barro, em que registra o trabalho nas indústrias da cidade. O resultado do processo será apresentado em exposição fotográfica com abertura marcada para esta quinta-feira (31), às 19h30, na Biblioteca Pública Municipal Raul Miguel Vieira, em evento aberto ao público. A exposição ficará disponível no espaço durante um mês.
O início da atividade cerâmica no município remonta ao começo do Século XX, quando surgiram as primeiras olarias. O impulso definitivo para o ramo se daria, aproximadamente, a partir da década de 1930 e consolidaria Canelinha como a Cidade das Cerâmicas, como é conhecida até hoje. Muito deste processo se deu em virtude da disponibilidade de matéria-prima na região e pela demanda da construção civil com o crescimento populacional da grande Florianópolis, Blumenau, Joinville e o desenvolvimento urbano do oeste catarinense, do Paraná e de São Paulo.
No projeto Meu Mundo é o Barro, a fotógrafa Isadora Manerich busca uma perspectiva atenta e sensível sobre a atividade cerâmica, com o objetivo de exaltar sua relevância socioeconômica para o município. “Fazia tempo que eu queria fazer essa série sobre as cerâmicas, inclusive tinha ensaiado alguma coisa em um trabalho da faculdade há alguns anos. Estou muito satisfeita de registrar dessa forma algo que está tão presente no cotidiano de Canelinha, que é um traço tão marcante da nossa identidade”, salienta a fotógrafa.
O projeto Meu Mundo é o Barro foi selecionado pelo Edital Aldir Blanc 2021, executado com recursos do Governo Federal e Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.