Amanda Ághata Costa – Escritora
Ultimamente, tenho me sentindo meio sem rumo, como se olhasse para frente e não enxergasse algo que vale a pena ser visto. É um borrão que nessa bendita hora nem o óculos de maior grau consegue arrumar, se é que me entende. Do tipo de aperto que embora eu saiba que logo vai passar, no momento, parece que não vai passar de jeito nenhum.
Tem quem fique assustado com tamanha sinceridade e pense que ninguém possa se sentir desse jeito, do contrário, há um problema muito grande a ser revisto. E, de fato, há um problema. Problema é o que mais tenho e não só eu, como todos a minha volta. A diferença é que enquanto eu sou verdadeira o suficiente ao ponto de entender meus sentimentos e frustrações, outras pessoas guardam pra si e tentam viver vidas perfeitas que nunca vão realmente existir.
Tá tudo bem não ter rumo, nem direção, nem um ponto onde deva chegar às vezes. Tem horas que realmente devemos limpar os olhos e não ver nada mais, pois é só assim que conseguimos entender o que se passa dentro da nossa mente. Tem dias que só quero me encolher, chorar no meu cantinho e recolocar todas as minhas emoções nas suas devidas fileiras.
Essa bagunça vive dando nó na minha cabeça, e é nesse instante que preciso parar de olhar ao meu redor, e de fato passar a não enxergar qualquer coisa. Só assim eu consigo organizar a minha vida. Só assim consigo tocar em frente, porque não ter rumo não significa que nunca vou saber pra onde devo ir, só significa que ainda estou analisando qual será o melhor lugar para onde eu irei na sequência.