Amanda Ághata Costa
Nem todo lugar que um dia já te coube, vai ter que continuar cabendo eternamente. Às vezes, você expandiu tanto seus horizontes, que um simples lugar pequeno não suporta mais a grandeza que há aí dentro. Não importa se no passado já foi de outro jeito, é assim mesmo que funciona.
As pessoas vêm e vão. Os espaços servem e depois deixam de servir na mesma proporção. Nem sempre esse processo de amadurecimento leva muito tempo pra acontecer, afinal, não há uma regra que dita o quão rápidos seremos em mudar opiniões. Tanto pode levar uma década, quanto apenas um dia. E tá tudo bem recusar o que não te faz mais bem. Errado seria fingir que é feliz onde não te proporciona nada além de frustração.
Houve um tempo em que achavam que a sinceridade fazia mal e que tudo deveria ser guardado para si, mas agora é diferente. Ninguém está mais disposto a encenar em um teatro de fantoches aonde no fim quem perde é você mesmo. O que não soma, tem que deixar de ser adicionado nas contas, pois é só peso morto sendo carregado em um tempo que ninguém tem controle, onde absolutamente ninguém tem o poder de voltar atrás quando se arrepender.
A ampulheta pode tanto derramar a areia lentamente, como pode despejar tudo de uma só vez e aí já era. Fim do jogo. Não temos todo tempo do mundo como já foi espalhado em canções por aí, bem pelo contrário. Temos pouquíssimo tempo e a jornada entre o começo e o fim é uma incógnita que ninguém é capaz de determinar.
Por isso, deixar a sua felicidade de lado para agradar alguém que não seja você, que controla o seu trem em direção ao futuro, só faz com que a sua própria vida seja invalidada. Se não te cabe, passe para a frente. Isso vale para roupas, sapatos, e pessoas que não merecem permanecer no seu espaço.
Isso não é egoísmo, nem frieza. É simplesmente saber valorizar o que te agrega de verdade, e não encenar um mísero papel só de mentira, com pouco valor no fim do espetáculo.