Amanda Ághata Costa – Escritora
Em segredo, te chamo, te intensifico e te emudeço. Calo teus lábios com um beijo para que não possa dizer palavras que não nos complementem, já que nenhum adjetivo já criado teria a capacidade de explicar o que sentimos.
Em segredo, te faço analisar os sorrisos e ao mesmo tempo as insuficiências das quais sou feita, para que você possa me amar mesmo entre todos os meus defeitos, não só diante das minhas qualidades. Sei que não sou perfeita e nem quero que pense que sou, pois é através das minhas falhas que posso enxergar o que de fato você sente.
Em segredo, te ouço cantarolar baixinho um terço de notas ainda não existentes, de uma melodia que continuará a ser moldada através de décadas, provavelmente não por nossos dedos, mas pelos de outros que ouvirem falar do nosso amor. Passe o tempo que for, meu bem, ainda ouvirão falar de nós e do que nos tornávamos juntos.
Em segredo, você sente, o que poucos seriam livres para transportar. Afinal, somos prisioneiros. Do espírito, da luz e melancolia, dos temores e da mentira. De todas as coisas que nos assustam e nos prendem dentro de nós mesmos, sem ao menos notarmos por quanto tempo estivemos enjaulados.
Em segredo, te mantenho sempre dentro do meu peito. A prisão onde estivemos por muitos anos até tentou te manter longe de mim, porém, assim… Ainda assim… Em segredo, talvez não mais tão secreto após esses escritos, em meu coração te amarei até além dos muros da vida.