Amanda Ághata Costa – Escritora
Você conhece o meu nome, mas isso não te dá o direito de me chamar a qualquer hora da madrugada achando que sou algo feito sua posse. Não é porque já me viu caminhando por aí, que sabe exatamente quais serão os próximos passos que vou dar, nem é porque já me ouviu cantando, que acha que entende o meu gosto musical por conta de alguns segundos de uma cantoria aleatória.
Talvez seja óbvio, mas isso é só uma pequena porcentagem de todo o resto. Se me visto com uma roupa branca, não quer dizer que nunca vou vestir uma blusa preta. Se decido seguir rumo ao norte, não tem porque você deduzir que jamais vou optar ir ao sul, pois eu mudo de opinião o tempo todo e decido o que vou fazer quando bem entender. Não pense que por me ver passar duas ou mais vezes em sua frente, já me conhece e portanto pode tirar conclusões ao meu respeito. Não, você não pode.
Se quer saber, não demonstro nem um terço do que eu sou, então não ouse acreditar que me entende ao ponto de apontar o dedo em minha direção, pois está bem longe disso acontecer. Você conhece a minha aparência, mas isso não te dá a mínima chance de deduzir os detalhes que se escondem na minha mente, porque sou muito mais do que um pequeno corpo que respira e cruza o seu caminho.
Eu não sou aquilo que você acha que eu sou, nem tenho a obrigação de te explicar o porquê do seu equívoco. Talvez se soubesse respeitar um pouco os limites, essas explicações básicas seriam irrelevantes, assim como a sua opinião disfarçada de julgamento não significaria nada pra mim. Goste ou não, seja quem for, uma simples opinião só tem valor a partir do momento que eu a pedir.