Mateus Schneider Teixeira (1º ano E.M.)
Há 56 anos, em 1965, a família Dias tinha um engenho de farinha de mandioca funcionando na localidade de Canudos, em Tigipió. Essa família produzia de oito a dez sacos por dia. Dentro de cada saco, eles colocavam dez saquinhos de farinha, com um quilo cada.
Para se fazer a farinha, a mandioca era descascada e sevada no rapador, que era tocado com água. Depois de ser raspada era prensada no tipiti de taquara. O tipiti é uma espécie de prensa de palha trançada, que era usado geralmente para escorrer e secar raízes da mandioca.
Quando a farinha estava seca era tirada do tipiti de dentro do cocho com a mão de pilão. Em seguida era torrada no tacho e mexida devagarzinho. Depois de mexida, era peneirada para ficar seca e bem fina. Quando a farinha estava peneirada, boa, seca e fina, era tirada da peneira para ser ensacada.
Os imigrantes italianos quando chegaram por aqui chamavam a farinha feita pelos indígenas de farinha de pau, por ela ser grossa demais. Por isso, mesmo se inspirando no processo artesanal de produção de farinha indígena, os colonos produziam a mesma farinha, só que mais fina, para que esta ficasse mais parecida com a de trigo, muito comum na Europa.
A família Dias, como outros donos de engenhos do distrito, se habituaram a farinha mais fina, e assim muitos a produzem até os dias de hoje.