A alta incidência de incêndios florestais ocorridos no Vale do Rio Tijucas nos últimos dias têm chamado a atenção dos órgãos de segurança da região. Em busca de soluções para combater o crime ambiental e orientar a população quanto aos riscos, foram definidas ações para responsabilizar os infratores.
Por se tratar de crime ambiental, a punição para incêndios florestais prevê multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, conforme tamanho da área, além da pena de reclusão, de três a seis anos.
Para atuar em conjunto na fiscalização, foi formado um grupo durante uma reunião promovida pela Defesa Civil de Nova Trento, juntamente com a Defesa Civil de Tijucas, Polícia Militar, Polícia Civil de Canelinha, Corpo de Bombeiros de São João Batista e Fundação do Meio Ambiente de São João Batista.
O comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Bruno de Cesar Toledo Camilo, lembrou que o período de seca e estiagem contribui para a propagação de focos de incêndio. Ele ressaltou ainda os riscos para a corporação que atua nesses tipos de ocorrências, que são as que mais matam bombeiros.
Além disso, a dificuldade para chegar aos locais de incêndio, geralmente morros e matas, demanda um maior número de atuação, o que faz com que as demais ocorrências de urgência fiquem sem atendimento.
Eduardo Fabris da Silva, responsável pela Defesa Civil de Nova Trento e presidente do Colegiado de Defesa Civil de Florianópolis, acrescentou que a gravidade de um incêndio florestal não atinge somente a saúde pública, mas prejudica também o desenvolvimento saudável do ecossistema.
O comandante da Polícia Militar no Vale do Rio Tijucas, capitão Márcio Leandro Favoretto, destacou a importância da colaboração da comunidade na fiscalização e auxílio aos órgãos de segurança. “Ocorrências deste tipo são difíceis de efetuar o flagrante, por isso é importante o apoio”.
O objetivo do grupo é atuar de forma conjunta, na troca de informações quando ocorrências deste tipo ocorrerem. “Queremos mais que tudo trabalhar na prevenção e conscientização das pessoas para que não façam queimadas. Mas também atuaremos para responsabilizar os infratores, caso seja necessário”, afirmou da Silva.
Fiscalização em São João Batista
A responsável pela Fundação do Meio Ambiente de São João Batista, Fernanda Brasil, revelou que a equipe de fiscalização está atenta e já atua na responsabilização dos infratores. “Estamos indo até o local, identificando o proprietário do terreno e notificando. Dependendo da proporção do incêndio é feita a autuação e os valores são bem altos, e ainda há possibilidade de encaminhamento ao Ministério Público para abertura de inquérito civil”.
O tenente Cesar pediu a compreensão e bom senso da população quando da necessidade do uso do fogo. “Uma brasa percorre até 50 metros através do vento e sair do alcance de combate”, detalhou.
Em muitas ocorrências na região das últimas semanas, foram necessários auxílios de aeronaves do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para o combate às chamas.