Um vídeo divulgado nas redes sociais gerou grande repercussão nesse fim de semana em São João Batista. As imagens mostram dois funcionários de uma empresa de segurança abordando um homem, suspeito de furtar um estabelecimento comercial.
O homem é detido pelos seguranças, que tentam colocá-lo dentro do porta-malas do carro da empresa.
Algumas pessoas que estavam por perto tentaram intervir e questionaram a forma como a abordagem ocorria. O homem, suspeito de ter cometido um crime, gritava e pedia por socorro.
Centenas de pessoas compartilharam o vídeo e questionaram a forma de abordagem dos seguranças.
Nesta segunda-feira, 14, o proprietário da empresa, Paulo Alexandre Oliveira da Silva gravou um vídeo para esclarecer o fato.
Ele explicou que a empresa recebeu um chamado de uma tentativa de arrombamento no estabelecimento de um cliente. Quando os seguranças chegaram, o suspeito fugiu, sendo perseguido pela equipe de segurança.
“Os agentes chamaram a Polícia Militar, que estava em outra ocorrência e não pode vir dar apoio, então eles estavam tentando colocar ele dentro do carro para levar para a delegacia”, disse.
Segundo Silva, esta não é a primeira vez que a equipe flagra o mesmo homem cometendo furtos e arrombamentos em estabelecimentos comerciais no município. “Inclusive, na sexta anterior ele tentou agredir um de nossos agentes tático, dando duas pedradas e tentou dar uma facada. Isso vem acontecendo repetidamente por repelirmos a ação dele dentro dos supermercados que são nossos contratantes”, contou.
Para o empresário, não houve excesso no tratamento que os funcionários deram ao homem. “Para mim, se houve excesso foi na gritaria que ele fez, que por fim, devido a gravação daquele vídeo, os agentes liberaram ele e deixaram ir embora”.
Nesta segunda-feira, alguns empresários também se manifestaram e gravaram vídeos em apoio à empresa.
Poder de polícia
Segundo a Polícia Militar, “todo cidadão tem o poder de prender qualquer pessoa em flagrante delito. Mas, olhando as filmagens num primeiro momento e sem conhecer a situação de fato, os seguranças deveriam ter chamado uma guarnição policial para conduzir o preso até a Delegacia de Polícia Civil, como é de praxe, se é que este cidadão cometeu um crime ou não”.
Entretanto, a PM afirmou que encaminhará as imagens e todas as circunstâncias para a Polícia Civil para que se instaure o competente inquérito policial e analise todas as circunstâncias para ver se houve crime ou não, tanto por parte dos seguranças como do conduzido.
“E, por fim, o respeito à integridade física e moral de qualquer pessoa deverá ser respeitada e conservada em qualquer circunstância”, afirmou a PM.
Inquérito instaurado
Na tarde desta segunda-feira, 14, o delegado de polícia, Conrado Cintrão, informou que já foi instaurado inquérito policial em relação à abordagem.
“Será realizada investigação. Já foi realizada a declaração da vítima e da companheira. Serão ouvidas agora testemunhas e feita a pesquisa de imagens, laudo pericial e ao final serão interrogados os suspeitos”.
Somente após a conclusão do inquérito é que será verificado se ocorreu crime e qual crime ocorreu.
De acordo com o delegado, o inquérito apurará somente a questão da abordagem. Caso for constatado crime contra patrimônio, outros inquéritos policiais deverão ser instaurados também.