Até meados de abril, o Hospital Monsenhor José Locks, em São João Batista, deve colocar em funcionamento dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento da Covid-19.
A viabilização foi possível por meio de parceria conquistada pelo prefeito Pedro Alfredo Ramos, o Pedroca, junto à Secretaria do Estado de Saúde, em visita realizada na segunda-feira, 22, ao secretário André Motta Ribeiro.
A secretária municipal de Saúde, Karin Leopoldo, participou do encontro, juntamente com o assessor de gabinete, Plácido Vargas.
Ela explica que serão necessárias algumas adequações até que seja, de fato, dado início aos atendimentos na UTI no município.
Ano passado, durante o primeiro movimento para habilitação de leitos de UTI, foi feito uma organização em que alguns hospitais foram selecionados para atenderem Covid-19. E outros, menores e com maternidade, assim como é o caso de São João Batista, não entraram na lista.
“Além disso, a gente já possui um projeto para ampliação previsto, com quatro andares e cem leitos, que já estava para ser aprovado na Vigilância Sanitária também”, revela.
A partir do momento que a pandemia tomou uma proporção maior, como neste ano, e a situação ficou caótica, vários hospitais que não se enquadravam no ano passado para habilitação de UTI, por necessidade do momento, tiveram que se readequar.
“Estamos no Vale do Rio Tijucas, com cinco município, e somente um com leitos de UTI. Nossa população é relativamente grande, assim como Tijucas, e então o município entendeu que era preciso instalar os leitos, mesmo que de forma não prevista nos projetos que estávamos estruturando”, comenta a secretário.
Realocação da maternidade
Para dar início ao processo de readequação, o Hospital Monsenhor José Locks deixou de realizar as cirurgias eletivas, até mesmo por determinação do estado, e reorganiza os leitos.
A maternidade foi toda deslocada para outro setor do hospital. “Nosso hospital é em formato de U, então passamos a maternidade para uma área que não tem comunicação com o lado em que os leitos de UTI serão implantados. Dessa forma não teremos problemas”, informa Karin.
Atualmente, o hospital possui três salas cirúrgicas, sendo uma de centro obstétrico e a única que permanecerá em funcionamento, com as demais desativadas temporariamente.
A secretária de Saúde ressalta que o hospital também está estruturado para organização de ambulatórios e especialidades, que ficam completamente separados da área de atendimento, em um bloco fora do hospital. Desta forma, os atendimentos especializados não serão prejudicados.
Readequação necessária
Para receber os leitos de UTI o hospital fará algumas adequações pequenas de área física e também com a colocação de equipamentos.
Segundo a secretária, para um leito de UTI funcionar é preciso respirador, bombas de infusão, monitor cardíaco, equipe especializada e área física adequada. Além de todos os insumos, que são medicamentos e exames específicos para a atuação.
“A direção do grupo RedeH, que administra nosso hospital, sinalizou que já possui equipe estruturada e a área está sendo adequada”, diz.
Os equipamentos, Karin informa que serão comprados e a parte de medicamentos, que é uma preocupação no momento, nos próximos 15 a 20 dias a indústria deve dar um posicionamento de estabilidade no fornecimento do kit de intubação.
Investimento de mais de R$ 1 milhão
Para possibilitar a implantação da UTI o quanto antes, o município fará um investimento de, aproximadamente, R$ 1,2 milhão com a compra dos equipamentos.
Com o fim da pandemia e com a ampliação do hospital, o objetivo é que o hospital de São João Batista mantenha uma UTI definitiva.
Segundo a assessoria de Comunicação, o valor para a compra dos equipamentos já tem em caixa, pois será feito remanejamento de outras áreas que não estão sendo usadas no momento.
“Como é momento emergencial por conta da Covid-19, a compra será feita sem licitação”, destaca a assessoria.
Na quarta-feira, 24, o prefeito reuniu todos os vereadores para expor a situação e uma comissão será montada para acompanhar a compra dos equipamentos e instalação das UTIs.
Parceria com estado
A parceria firmada com o estado será com o pagamento para funcionamento dos leitos de UTI. Com isso, o estado pagará 70% dos custos de manutenção, num valor de, aproximadamente, R$ 480 mil por mês para os dez leitos, e o município custeará os outros 30%.
Na quarta-feira, 24, o Ministério da Saúde publicou uma portaria com a ampliação de leitos de UTI em todo o país. Em Santa Catarina foram autorizados 172 novos leitos.
Nessa lista não estava ainda incluso São João Batista. “Essa portaria é dos pedidos de habilitação de leitos feitos no início do ano. Como nosso pedido foi feito agora, não apareceu nesta publicação”, esclarece a secretária.
Ela acrescenta que a ajuda do estado com o pagamento ocorrerá até que o Ministério da Saúde habilite o município e passe a arcar com os custos.
O objetivo do município é que, no mais tarde, até 15 de abril os leitos de UTI estejam em funcionamento. “Mas, dependemos de conseguir toda medicação e todos equipamentos para dar certo nosso plano”, finaliza Karin.