Dois vereadores da base aliada do prefeito de Canelinha, Diogo Francisco Alves Maciel (Rep), abandonaram a sessão ordinária da noite de terça-feira, 5, em protesto e apoio ao prefeito, após ele ser impedido de falar na Câmara.
No uso da palavra livre, Vagner Simas (UB) disse que estaria abandonando o recinto, pois não foi a primeira vez que Diogo foi impedido de se pronunciar. “Isso é uma vergonha. É politicagem”, disse.
Depois, saiu do local, junto com o vereador José Tarquino Melo Neto, o Neto Melo (UB). Eles se dirigiram ao Paço Municipal, onde o prefeito realizava uma live nas redes sociais, junto com o vice, Antônio Carlos Machado Junior (Rep). Na pauta, a apresentação de um projeto para financiamento junto a Caixa Econômica Federal, no valor de até R$ 23 milhões, pelo Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).
Este assunto seria explanado pelo próprio prefeito junto aos edis. Porém, o presidente do Poder Legislativo, Robinson Carvalho Lima (PP), informou que o regimento interno impedia o prefeito usar a palavra para um projeto que ainda nem em pauta está. “Eu nada mais fiz do que cumprir a lei. O Legislativo é soberano”, informou.
Advogados
Além de, antigamente, nutrirem uma amizade, Diogo e Robinson tem mais algo em comum. Ambos são advogados. Maciel é assessor jurídico licenciado da Câmara, e Lima foi assessor jurídico da Prefeitura de Canelinha e, hoje, advoga na cidade. “Fala-se tanto em harmonia entre os poderes, e eu vou até ao Legislativo e sou impedido de dialogar com os vereadores”, disse Maciel.
Essa foi a segunda vez que ele não se pronunciou na Câmara, por discordância do presidente. “A legislação está clara. O prefeito só vai se pronunciar se for convidado”, concluiu.