A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou na manhã de segunda-feira, 23, a “Operação Bioma” para combater crimes contra a fauna e tráfico de animais silvestres.
A ação é da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais (DRCA) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
A operação decorreu de investigação sobre grupo criminoso que se dedica ao tráfico de animais silvestres, os quais são retirados indevidamente de seu habitat natural para abastecer e sustentar o comércio ilegal.
No total, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão em municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Em Tijucas, a Polícia Civil realizou o cumprimento de mandado de busca na localidade de Timbé, interior de Tijucas.
No local, foram apreendidas diversas aves da fauna brasileira, entre elas uma arara que estava com as penas das asas cortadas.
Entre as aves ainda haviam tucanos, saíras, pica-pau, entre outras.
Foi detido um homem que assumiu a propriedade das aves e responderá termo circunstanciado além das multas que serão aplicadas pelos órgãos ambientais.
As diligências ocorreram, de forma simultânea, em 15 cidades.
Em Santa Catarina, nas cidades de Itajaí, Itapema, Penha, Biguaçu, Antônio Carlos, Tijucas, Balneário Camboriú, Joinville, Timbó, Guabiruba e Blumenau.
No Rio Grande do Sul em Arroio Grande e Rio Grande. Já em São Paulo, nos municípios de Osasco e em São Paulo.
O tráfico e o comércio ilegal de animais
Trata-se de um mercado altamente nocivo à fauna brasileira, que movimenta volumosos valores, atrai aqueles que pagam para ter animais e aves raras a qualquer custo, perdendo apenas para a movimentação financeira do tráfico de drogas e de armas.
Animais de várias espécies, principalmente aves, vindos de diversos estados, além daqueles que são capturados em Santa Catarina, alimentam o mercado ilícito de animais silvestres.
São utilizados pelos criminosos documentos e anilhas falsas para dar uma aparência de licitude à atividade comercial.
Além da captura ilegal, dos maus tratos e mortalidade durante o transporte, da comercialização por preços altos, das fraudes contra compradores, o mercado irregular de animais e aves silvestres traz um prejuízo enorme ao meio ambiente, uma vez que a retirada destes animais de seus habitats naturais e sua manutenção em ambiente doméstico gera desequilíbrios aos ecossistemas de origem.
Ainda, são comuns os casos de aquisição e posterior abandono do animal em meio ambiente inadequado, devido à dificuldade no trato e adaptação ao novo meio, gerando um novo problema ambiental e mais sofrimento aos animais.
Apoio e integração
Durante a operação, a Polícia Civil de Santa Catarina teve o apoio da Polícia Civil de São Paulo, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, do Instituto do Meio Ambiente de SC (IMA) e do IBAMA.
Crimes
Os envolvidos poderão responder por crimes de associação criminosa, maus tratos a animais, caça de espécies da fauna silvestre, falsidade documental entre outros delitos.