Igor da Silva (1° Ano do E.M.)
A região do Vale do Rio Tijucas sempre foi grande produtora de madeira no passado. Desde o início do povoamento, as densas matas que cobriam o Vale, forneceram madeira de primeira qualidade para construções de casas e móveis.
As serrarias eram movidas a roda d´água e tudo era feito a braços, desde a derrubada das árvores, até o desdobramento em tábuas, barrotes e sarrafos. Muitos madeireiros saíam cedo de suas casas para trabalhar na extração de madeira na mata.
Em uma noite de lua cheia, dois irmãos, moradores de Arataca, aproveitaram, como de costume, o clarear da lua e saíram às 4h da manhã para cortar toras e falquear a madeira na localidade de Charqueada. Usavam de uma junta de bois para o transporte da madeira até a serraria que ficava na localidade de Macaco Branco.
Na madrugada, os irmãos ficavam com medo das assombrações, muito comuns nas lendas que fazem parte das tradições da Colônia. Temiam o lobisomem, e por isso, um irmão levava um machado e o outro um facão ao punho, sendo também usados para abrir caminho, as picadas como chamavam naquele tempo. Um dos irmãos tinha o cuidado de levar correntes amarradas na cintura, e o trado para fazer os furos nas tiras e amarrar as correntes usadas no carro de boi.
Em uma das tantas madrugadas de trabalho, esse irmão, o que levava as correntes, voltou pra casa chorando e correndo. Estava muito assustado, pois na sua ideia, havia visto o lobisomem. Ao chegar em casa, sua mãe fez uma água de açúcar bem forte e lhe deu para tomar.
O barulho, que parecia das correntes que havia deixado pelo caminho, continuava. Foram olhar e o que viram foram as próprias sombras na noite de lua cheia. A mãe dos irmãos deixou clarear o dia e os levou para uma benzedeira. Não podemos esquecer que por muitos anos, o ato de benzer foi o único remédio para superstições, mas também curandeirismo para tantas doenças, além de ser a cura mais barata daquele tempo.