Rafael Esnél Peixer – 9º ano
A família de origem alemã, Sestrem, originalmente Sesterhenn, e a família de origem italiana, Trainotti, tem algo em comum ligado ao seu passado, o motivo para suas instalações, nas terras que um dia fizeram parte do Núcleo Imperial Colônia Nova Itália.
Por necessidade, o núcleo colonizado por italianos no interior de São João Batista, necessitava manter relações comerciais com seus iguais, recém-instalados em Nova Trento, ainda no século XIX. Inicialmente Felipe Sestrem, filho do imigrante Pedro Sestrem, iniciou o empreendimento. Contratados pelo governo, os alemães participaram da construção de estradas no Vale do Rio Tijucas, e conhecendo bem a região, requereram terras onde hoje é São João Batista, fixando moradia.
Membros da família Trainotti chegaram para trabalhar e se instalar em São João Batista, participando da ampliação e melhoramentos da estrada. A família de italianos iniciou sua vida na região a partir da chegada em Nova Trento. Muitos descendentes desses imigrantes italianos, ainda residem na cidade vizinha. Otávio Trainotti, com família constituída no hoje bairro Colônia Nova Itália, ficou encarregado por certo tempo, de abastecer os construtores da estrada com água. O trabalho, que durou décadas, era braçal e a base de picaretas, que usavam para cavar e quebrar pedras. Mas serviu a muitas famílias que precisavam de um acesso menos penoso, que ligasse o interior de São João Batista, aos comerciantes de Nova Trento e de Brusque. Não só os da margem esquerda do Rio Tijucas, mas muitos moradores de toda a região usavam a estrada para comercializarem os produtos colhidos em suas terras.
Uma casa comercial muito procurada, em Nova Trento, era de propriedade da família Boiteux, onde trocavam produtos agrícolas por tecidos, ferragens, louças, remédios, calçados, chapéus, papelaria, tintas, óleos e secos e molhados. Além disso, Hipólito Boiteux, o proprietário do comércio, que foi o primeiro Prefeito eleito de Nova Trento, comprava produtos do interior de São João Batista e os exportava para a Europa. O pai de Hipólito administrou por muito tempo a fazenda Boa Vista e a Colônia Nova Itália, e, portanto, o convívio dos Boiteux com os italianos, sempre foi cordial. Falavam a mesma língua.
A estrada também foi muito utilizada por aqueles que precisavam cumprir suas obrigações religiosas e para muitos tropeiros que desciam a serra e levavam seu gado e mercadorias para o Vale do Itajaí.
