Maria Beatriz Dalsasso Côrte
Há aqueles que não te olham e caminham sozinhos,isolados do mundo, antes mesmo desta pandemia.
E por formas irônica sou saudáveis, há aqueles que te cumprimentam com vozes alegres, e até soltam gargalhadas. Nota-se um bem estar quando nos sentimos percebidos, pois a indiferença sinaliza muita ostentação ou muita depressão.
E no mundo que se diz comunicador, descobridor, investigador, super tecnológico, esconde em suas searas magistrais a incapacidade ou pudor ou temor de confessar aberta e salutarmente, sobre a patologia do suicídio.
Triste realidade que todos buscam cobrir. Porém, ela ressalta aos olhares de todos nós.
Suicídio é a segunda causa de morte no mundo entre os jovens de 15 a 29 anos, segundo a OMS.Ninguém quer saber se a média de suicídios no Brasil é de 32 pessoas diariamente.
E a conscientização de que “falar é a melhor solução” abre todos os meses de setembro como Setembro Amarelo.
Setembro Amarelo começou nos EUA, em 1994, quando Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio. Jovem habilidoso, restaurou o automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo.Ficou conhecido como Mustang Mike.
No dia de seu velório foi feita uma cesta com muitos cartões decorados de fitas amarelas.Dentro destes havia uma mensagem: “Se você precisar, peça ajuda”.
A maioria das pessoas que cometem suicídio são homens. Qualquer pessoa, em momentos sombrios, desafiadores, pode pensar em suicídio em algum momento da sua história. Mas, felizmente, a maioria tem apenas pensamentos relâmpagos.
Vamos todos nos preocuparmos mais com aqueles que conhecemos e expressam com frequência as expressões: “Não tenho ninguém para conversar”, “Minha família mora muito longe”, entre outras ideias de solidão ou abandono.
Observar mais a frequência das agressões à saúde no uso abusivo de álcool e drogas e, em um perfil agitado, ansioso ou irresponsável diante das próprias dificuldades.
A falta de compromissos compromete a vida.Tantas energias canalizadas ao crime, em exterminar histórias e crenças de que são capazes e merecedores. Merecedores também de nossas atenções e interações.Um olhar não nos custa nada.
Um sorriso multiplica muitos sorrisos.
E aquela primeira fala, já que somos os únicos animais que falam, em sonorizar: “Bom dia. Tudo bem?” Isto pode mudar o mundo e pode começar por você.